O Sindicato dos Vigilantes (SINDESV) deu início, na manhã deste sábado (24), à Campanha Salarial da categoria para o ano de 2017.
Durante a assembleia geral realizada no Hotel Nacional, trabalhadores de várias partes do DF debateram sobre os principais assuntos que envolvem a categoria, como assédio moral, campanha salarial em tempo de crise financeira, a morosidade da justiça nos processos trabalhistas e a retirada de direitos – que está na pauta do Congresso Nacional pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB).
A assembleia contou com a participação do desembargador do Trabalho, Grijalbo Fernandes; do supervisor do Departamento de Estudo e Estatística Sócio Econômica (DIEESE), Max Leno de Almeida; do presidente do Sindicato, Jervalino Bispo e do deputado distrital Chico Vigilante, que incorporou a profissão ao nome.
Durante a palestra “Negociação Coletiva em Tempo de Crise Econômica”, o desembargador Grijalbo destacou que, apesar da crise política e econômica capitaneada por setores da sociedade que defendem os interesses do capitalismo, este é momento de mobilização e de união das categorias de trabalhadores pela não retirada de direitos.
“A negociação coletiva foi criada para ampliar direitos. Ela não deve reduzir direitos já assegurados, sejam eles previstos em leis ou em negociações coletivas anteriores”, destacou.
Para o desembargador, o País e a classe trabalhadora estão atravessando uns dos momentos mais delicados da história, uma vez que o Congresso Nacional está composto, em sua maioria, por políticos conservadores e que defendem a classe empresarial.
“Pela narrativa apresentada pela grande mídia, os trabalhadores pagarão a conta desta crise política e econômica. Basta ver a pauta do Congresso Nacional, com tantas propostas para reduzir direitos do trabalho e direitos previdenciário ”, lembra.
Apesar do momento delicado, o deputado Vigilante acredita que a luta política precisa e deve ser uma tarefa cotidiana, pois ela influencia o poder da sociedade, inclusive o poder judiciário. “Temos que lutar para ter uma negociação salarial justa, uma vez que entramos numa fase de liquidação de direitos. Ou a gente se une, ou teremos os nossos direitos surrupiados”, lembrou Vigilante.
Pesquisa apresentada pelo supervisor do DIEESE, Max Lemos, revela que a maioria dos acordos coletivos de agosto ficou abaixo da inflação vigente. A pesquisa revelou ainda que apenas 24% das negociações coletivas ficaram acima da inflação.
Apesar do momento delicado da economia, segundo Max, alguns setores estão voltando a crescer, e este pode ser um ponto positivo para o sucesso nas negociações coletivas.
“Neste momento, temos que levar em consideração que alguns indicadores econômicos brasileiros influenciarão o processo de negociação coletiva em nível nacional”, destaca o economista.
No final da assembleia, os vigilantes aprovam a pauta de reivindicações da negociação coletiva para 2017.