O nordestino Francisco Domingos dos Santos saiu de Vitorino Freire no Maranhão rumo ao Planalto Central em 1977. Como a maioria dos que chegam à capital federal, trazia uma bagagem repleta de sonhos – o principal deles, vencer na cidade grande. Na Capital federal, casou-se com dona Lindalva e teve dois filhos: Leila e Flávio, considerados por ele sua grande riqueza.
Determinado, logo arrumou uma oportunidade como vigilante. Na solidão do trabalho noturno e na companhia de um radinho de pilhas, ouvia outro trabalhador, representante de muitos trabalhadores no ABC paulista: Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu ouvia Lula falar no rádio e pensava comigo mesmo: quero ser como ele “, conta. Mais tarde esse ídolo e referência para a formação do caráter sindicalista de Chico Vigilante, tornou-se amigo e companheiro de legenda.
Francisco virou Chico Vigilante. Em 1979, entrou para a vida pública com a criação da Associação dos Vigilantes do DF, posteriormente transformada em Sindicato, do qual foi presidente entre 1984 e 1990. Ajudou a fundar o PT-DF, que presidiu por três vezes. Antes disso, esteve à frente da Central Única dos Trabalhadores – CUT, por nove anos consecutivos, tendo também participado da sua criação.
Em 1986, Chico obteve votação bastante expressiva como candidato a deputado Constituinte, mas não tomou posse por conta do quociente eleitoral. “Naquela época, a população de Brasília era muito politizada. Fiz uma campanha extremamente modesta. Eu e o professor Lauro Campos íamos à rodoviária e o único instrumento para divulgar a campanha era um megafone. Teve até uma matéria do Correio Braziliense, cuja manchete era “Um professor e um vigilante dão aulas na Rodoviária”, recorda.
A política, no entanto, havia entrado para sempre em sua vida. Em 1990, é eleito deputado federal pelo PT/DF e reeleito em 1994 o mais votado de Brasília e proporcionalmente do Brasil.
Chico Vigilante tornou-se um dos maiores expoentes do PT no Distrito Federal. Em 2002, eleito deputado distrital, atuou nas áreas de segurança, saúde, defesa do consumidor (CPI dos Combustíveis), educação, ocupação do solo e moralização do Poder Legislativo.
Chico retornou à Câmara Legislativa, em outubro de 2010, após campanha com o slogan “coragem, determinação, ética e transparência”. Seu retorno coincide com o PT no comando do Governo do Distrito Federal, e da primeira mulher, Dilma Rousseff, na presidência da República do Brasil.
Em 2014, se reelege com expressiva votação para a Câmara Legislativa e se transforma na principal voz de oposição ao governo de Rodrigo Rollemberg, apontando falhas e sugerindo soluções. Foi reeleito em 2018, com a mesma atuação parlamentar, fiscalizando e também atuando como liderança de oposição em relação ao governo Ibaneis Rocha.
Ao longo deste período foi três vezes líder da bancada do PT na CLDF e três vezes presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Casa.
Após quatro décadas de trabalho incansável em defesa da coletividade, sem que com isso tenha ficado rico ou se mudado da Ceilândia, sua luta se identifica de maneira especial com os que mais necessitam da atenção do Estado: moradores de áreas de baixa renda, trabalhadores terceirizados, vigilantes, consumidores, servidores públicos, mulheres, idosos, estudantes, movimento cultural, feirantes, quiosqueiros, cantineiros.
Um balanço de seus mandatos resulta num saldo de 60 leis de sua autoria e dezenas de outros projetos de lei atualmente em tramitação na CLDF, para a melhoria da qualidade de vida da população do DF.
Linha do Tempo
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1977: Saiu de Vitorino Freire para Brasília
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1979: entrou para a vida pública com a criação da Associação dos Vigilantes do DF
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1980: Eleito presidente da CUT/DF
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1984: Tornou-se presidente do Sindicato dos Vigilantes
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1990: é eleito deputado federal pelo PT/DF
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1994: Eleito o deputado federal mais votado de Brasília e proporcionalmente do Brasil.
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2002: eleito deputado distrital
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2010: eleito deputado distrital
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2014: reeleito deputado distrital
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2018: deputado distrital
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2022: Eleito Deputado Distrital pelo 5 mandato