Dezenas de vigilantes protestaram, na manhã desta segunda-feira (13), em frente ao palácio do Buriti, contra a demissões de trabalhadores que prestam serviço para o GDF.
A manifestação marcou o primeiro ato organizado pelo Sindicato da categoria para reverter a demissão de 600 profissionais da segurança privada, que atuam em diversos órgãos do governo. Atualmente, 400 vigilantes da empresa Brasfort e 200 da MultServ cumprem aviso prévio.
O deputado distrital Chico Vigilante (PT), esteve à frente do protesto e defendeu a suspensão das demissões até que seja realizada a licitação para a contratação de novas empresas de vigilância privada com o GDF.
A licitação prevê a contratação de 7.400 vigilantes e, com isso, aproveitaria todos os funcionários que ocupam esses postos de trabalho atualmente.
Temos uma licitação em curso, parece que estão demitindo estes trabalhadores para tumultuar o processo licitatório, disse o parlamentar.
De acordo com o sindicato dos Vigilantes do DF (Sindesv-DF), as demissões representarão quase 10% do total do efetivo da categoria, que atualmente é de 6,7 mil vigilantes terceirizados e prestam serviço para o GDF por meio de cinco empresas. Apesar de parecer muito, o Sindicato alega que a categoria atua com um déficit de 700 funcionários.
O vice-presidente do Sindicato da categoria, Paulo Quadros, argumenta que as demissões causarão prejuízos à segurança de pontos como o Parque da Cidade, CRAS, Defer, Centro de Convenções e zoológico.” Essas áreas ficarão abandonadas e passíveis de roubos e depredações. Ao invés de economizar, as demissões trarão gastos maiores para o GDF. Nós queremos a suspensão do aviso prévio dos 600 trabalhadores”, enfatizou.
Para o diretor do Sindicato, Moises Alves, a ordem para demitir trabalhadores também é contraditória. “Ao mesmo tempo que eles anunciaram a licitação para contratar novas empresas, ordenam a demissão de trabalhadores. Vamos lutar para reverter essa medida”, criticou o sindicalista.
Os vigilantes que participaram do ato estavam inconformados com a atitude do governo. Rodrigo Rollemberg (PSB) assumiu o compromisso com a categoria de não demitir trabalhadores, caso fosse eleito.
“Ele prometeu que não demitiria e agora fomos pegos de surpresa. Esperamos que o Sindicato consiga reverter essas demissões”, protestou o vigilante Cleber Antônio Rodrigues, que trabalha há 13 anos na Brasforte.
“Não é justo que demita trabalhadores nessa crise. Somos pais e mães de família e estamos prestes a ficar sem os nossos empregos”, disse Maria Cecília Martins.
Negociações
Nesta manhã o secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, recebeu o deputado Chico Vigilante, diretores do Sindicato dos Vigilantes do DF da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT Brasília) a fim de construir uma proposta para reverter as demissões.
O parlamentar reforçou o pedido para suspender a medida até que o processo de licitação seja concluído.
Sampaio garantiu que vai conversar com a secretária de Planejamento, Leany Lemos, gestora do contrato, para atender as reivindicações do grupo. O governo vai se manifestar sobre o assunto até o fim da tarde de hoje.
Diante do posicionamento do GDF, o Sindicato marcou um novo ato para a próxima quarta-feira (15), também em frente ao Buriti, a partir das 8 horas.