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Reforma educacional proposta por Temer não resolve o ensino no País

No último dia 22 de setembro, o presidente Michel Temer (PMDB) anunciou a reforma educacional no currículo escolar do ensino médio. A mudança foi feita por meio de Medida Provisória, sem que agentes sociais diretamente envolvidos com a educação fossem ouvidos.

 

No intuito de barrar a evasão escolar, a reforma educacional imposta é considerada a maior mudança na educação nos últimos 20 anos, desde a Lei de Diretrizes e Base da Educação. Para muitos especialistas o “Novo Ensino Médio”, como a reforma foi chamada, é apenas mais uma cortina de fumaça criada pelo governo ilegítimo de Temer e não vai trazer mudanças significativas para a melhoria da educação brasileira.

 

Com a reforma, por exemplo, matérias essenciais para a formação completa de um cidadão, como Artes, Educação Física, Filosofia e Sociologia foram excluídas do currículo escolar.

 

Na avaliação da educadora da UnB, Edileuza Fernandes da Silva, apesar da maior crítica ter sido em cima da mudança do currículo, a falta de participação de setores diretamente interessados em discutir as melhorias na educação (alunos, professores, pesquisadores e universidades), foi, sem dúvida, uma das falhas mais graves dentro do processo. Uma vez que a proposta apresentada é fazer uma reforma no ensino médio como um todo.

 

Pesa ainda sobre a reforma, o fato do Ministério da Educação não explicar como as escolas darão conta de expandir a carga horária em uma situação de ensino integral, uma vez que a carga horária saltou de cinco para sete horas diárias.

 

“É bom deixar claro que ninguém questiona a necessidade de pensar uma outra organização para o ensino médio, porque o atual modelo já deu sinal de que se esgotou. Mas é necessário que esse seja debatido entre todas os agentes sociais envolvidos e não uma decisão vertical. De cima para baixo como foi feita”, explicou Edileuza.

 

De acordo com Edileuza, na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) havia demonstrado a disposição de propor mudanças no ensino médio, com a construção de uma Base Curricular Comum para a Educação Básica.  No entanto, diferente da atual proposta da gestão do MEC, havia a disposição de dialogar com a comunidade acadêmica, estudantes, professores.