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QUEM NÃO GOSTA DOS ACORDOS DO BRASIL COM A CHINA?

Mais uma vez os inimigos do Brasil de plantão encontram razões para criticar e apontar um lado negativo nas ações do governo onde, na verdade, os olhares mais atentos encontrariam motivos de comemoração.

A proximidade do Brasil com a China nos últimos anos, consolidada por meio dos BRICS, deu passos determinantes neste primeiro semestre de 2015.

O BRICS é um grupo político de cooperação composto de nações emergentes cuja sigla significa B de Brasil, R de Rússia, I de India, C de China e S de South Africa.

Isso desagrada a todos aqueles que por um eterno complexo de vira-latas acham que o Brasil e a América Latina tem que se agachar diante  dos interesses americanos na região.

Para projetar um futuro de progresso para nossos filhos e netos é necessário fazer parcerias com aqueles que se encontram em etapas de desenvolvimento similares às nossas e que nos dão condições de crescer com as negociações.

É esse o nosso interesse com os BRICS e com os demais países latino americanos: crescermos juntos.

Todos os jornais do mundo noticiaram o encontro da presidenta Dilma e os 35 acordos bilionários do Brasil com a China e o que isso pode representar na economia dos dois países.

A maioria os viu como algo positivo. Enquanto políticos e economistas sérios estariam interessados em entender o processo e ver como dele podemos tirar o máximo de proveito salvaguardando os interesses brasileiros, a oposição quer criticar para botar mais lenha numa fogueira que fizeram questão de acender e fazem de tudo para manter.

A verdade é que a China é hoje o grande parceiro da América Latina. Esse passo esta dado e doa a quem doer não tem volta.

Não se pode negar que os investimentos e acordos estão sendo feitos em áreas estratégicas e necessárias e os parceiros tem uma noção estratégica da importância desta aliança.

Em sua visita ao Brasil o primeiro ministro chinês disse que num cenário de difícil recuperação mundial, esta cooperação mútua vai proporcionar o desenvolvimento não só de economias emergentes, mas também da economia mundial.

Ao comentar os acordos que fazem parte do chamado plano de ação conjunta 2015-2021, a presidenta Dilma,  disse que eles “inauguram uma etapa superior” no relacionamento com a China.

Com viagem marcada para a China em 2016, Dilma está ciente da importância do diálogo do empresariado dos dois países e sobre o papel que exercerão nesse processo.

O comércio bilateral entre China e Brasil  por exemplo, que foi de 79 bilhões de dólares em 2014, deve chegar rapidamente a 100 bilhões de dólares.

A China não esconde também o desejo de construir  mais fábricas chinesas no Brasil em diferentes setores.

A mensagem do líder chinês durante o encontro deixou claro que a estratégia da potência asiática é buscar estabilidade no fornecimento dos itens mais demandados pelo seu país, em especial, soja, minério, açúcar, petróleo e derivados de milho, produtos que o Brasil tem em abundância.

O Brasil está na lista dos países latino-americanos que mais recebem investimentos do país asiático. O primeiro é a Venezuela.

Em setembro de 2014, o ministro do Petróleo venezuelano, Rafael Ramírez, anunciou um acordo com a China National Petroleum Corporation (CNPC) para obter investimentos de US$ 28 bilhões em um novo projeto na Faixa Petrolífera de Orinoco.

Além disso a Venezuela recebeu cerca de US$ 50 bilhões em empréstimos garantidos por fornecimento de petróleo.

A CNPC é a companhia mãe da Petrochina, segunda maior petroleira do mundo em termos de capital.

Outro acordo de US$ 14 bilhões foi feito com a estatal China Petroleum & Chemical Corporation (Sinopec), responsável por outros investimentos no país.

É óbvio o  interesse na área petrolífera brasileira e na Petrobras – ocupando este mes o nono lugar do  ranking das gigantes do petróleo divulgado pela Revista Forbes.

Para medir a grandeza de cada companhia, a revista americana considerou receita, lucro, ativos e valor de mercado das empresas. Ou seja, a Petrobras esta longe de falir como dizem os inimigos de plantão do Brasil.

No ano passado, um consórcio composto pela Petrobras, a francesa Total, a anglo-holandesa Shell, e as chinesas CNPC e Cnooc ganhou os direitos para explorar a bacia de Libra, maior reserva petrolífera brasileira.

Em outubro de 2010, a Sinopec, maior refinaria chinesa, adquiriu 40% da espanhola Repsol no Brasil por US$ 7,1 bilhões.

Em 2011, expandiu suas operações no país com a aquisição por mais de US$ 5 bilhões de 30% das operações da petroleira portuguesa GALP.

Segundo o Instituto de Governança Econômica Global (Gegi, na sigla em inglês), da Universidade de Boston, a China concedeu US$102 bilhões em empréstimos à América Latina entre 2005 e 2013.

A aproximação chinesa tem se caracterizado pela aquisição de empresas ocidentais na região por meio de grandes investimentos de empresas ou consórcios estatais, com a liberação de fundos do banco estatal chinês.

Isso permite às empresas e aos governos acesso a grandes somas para financiar projetos sociais, ou habitação, ou para infraestrutura, como estradas, transportes, entre outros.

Dois meses depois da aquisição parcial da Repsol, no Brasil, a Sinopec adquiriu na Argentina a americana Occidental Petroleum por mais de US$ 2,4 bilhões.

Segundo nformações divulgadas pelo jornal espanhol El País, a petroleira China National Offshore Oil Corporation (Cnooc) se tornou a segunda maior petroleira na Argentina, atrás apenas da estatal YPF, por meio de uma série de aquisições parciais multimilionárias de diferentes companhias.

Seu maior investimento foi em março de 2010, quando comprou 50% da petroleira argentina Bridas por US$ 3,1 bilhões.

Em novembro do mesmo ano, a Bridas, já de maioria chinesa, adquiriu 60% da Pan American Energy por US$ 7 bilhões.

Em fevereiro do ano seguinte, a Pan American Energy adquiriu 100% dos ativos da Esso Argentina por mais de US$ 800 milhões.

A nacionalização da YPF em 2012, repercutiu mal em vários países ocidentais,  mas isso não perturbou a China, que, em janeiro de 2014, se associou à estatal argentina para a exploração de petróleo de xisto na imensa reserva de Vaca Muerta.

Depois do setor energético – petróleo e gás –, a mineração é a área que mais capta investimentos chineses na região.

Com a aquisição pelo consórcio MMG LTD das minas de cobre Las Bambas, a maior em valor na história peruana, a China elevou seus investimentos em projetos de mineração na região para US$ 19 bilhões.

O investimento em transportes é outro ponto forte da expansão chinesa por aqui.

De acordo com o rastreador global de investimentos chineses da Heritage Foundation, a China investiu na Venezuela mais de US$ 8 bilhões em transporte, enquanto na Argentina a soma gira em torno dos US$ 3 bilhões.

Como disse antes, a  China é parceira estratégica do Brasil. Apesar do crescimento dos investimentos chineses ter diminuído nos últimos dois anos (abaixo de 7,4% no ano passado), nada indica que o fluxo de recursos vai parar.

A China demonstra confiança no Brasil ao assinar acordos tão diversificados e de monta — que vão muito além do simples interesse por matéria-prima.

O Brasil, ao contrário do que afirma a oposição, nada terá a perder se encarar o comércio global com  a China e os BRICS com clareza e audácia.

No lugar de agourar o que devemos fazer é   torcer para que esta nova fase de cooperação internacional represente maiores oportunidades ao povo brasileiro e ao fortalecimento do Brasil como Nação rica e independente.