As explicações dadas pela presidente do Instituto Brasília Ambiental, Jane Vilas Boas, à Comissão de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo, nesta quinta-feira (03), sobre o pedido de patrocínio privado para realização de um evento do órgão, não convenceu os deputados.
Vilas Boas foi convocada para prestar depoimento depois que o deputado Chico Vigilante (PT) denunciou que ela pedira patrocínio para as empresas privadas, Geológica Consultoria, de Cristiano Goulart Simas Gomes, e a JC Gontijo, para a realização de seminário para 60 servidores comissionados do órgão, em um hotel fazenda no Novo Gama. O evento aconteceu entre os dias 21 e 24 de janeiro.
Jane foi ouvida pelo presidente da comissão Cristiano Araújo e pelos deputado Chico Vigilante, Rodrigo Delmasso,Sandra Faraj e Rafael Prudente, que integram o colegiado. Para os parlamentares, não foi ética a atitude de Jane em pedir patrocínio a empresas que têm processos tramitando dentro do órgão, responsável pela fiscalização e liberação de licenciamento ambiental no DF
Segundo Vigilante, as empresas patrocinadoras têm inúmeros processos no Ibram. Inclusive, após o patrocínio da JC Gontijo, que seria acionista da Urbanizadora Paranoazinho (UPSA), houve muita pressão para que os agentes liberassem as licenças de interesse da empresa.
“Não basta a senhora ser honesta, tem que demonstrar que é honesta. A transação fere a ética e a moralidade pública e as explicações da senhora Jane não me convenceram”, criticou Chico.
Por sua vez, Jane argumentou que não estranha o patrocínio de empresas. Para ela, doações desse tipo já foram feitos anteriormente. “Jamais esse episódio vai gerar olhar diferente sobre processos de interesse dessas empresas no Ibram”, defendeu.
O evento custou R$ 15 mil. Dos quais, R$ 5 mil foram doados pela construtora JC Gontijo e, a maior parte da quantia, R$ 10 mil, doados pela Geológica Consultoria Ambiental. Segundo Jane, o dinheiro foi destinado à hospedagem e alimentação dos servidores.
Tribunal de Contas – Nesta semana, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) abriu mais uma frente de investigação sobre o caso em acolhimento a uma representação do Ministério Público de Contas que agiu o caso ser trazido à tona por Vigilante.
Por Verônica Soarez