Permissionários do Parque da Cidade reclamam da falta de diálogo com o GDF

A falta de diálogo por parte do GDF foi uma das principais reclamações feitas por permissionários do Parque da Cidade Sarah Kubistchek, durante a comissão geral que debateu a concessão de áreas públicas no DF por meio da Parceria Públicos Privadas (PPPs).  Além dos representantes do governo, o evento, realizado na tarde desta quinta-feira (03) na Câmara Legislativa do DF, contou com a participação de proprietários de restaurantes, quiosques, parque de diversões, hípica, kart e trabalhadores do parque.

 

Para o deputado Chico Vigilante (PT), é preciso que o governo estabeleça normas claras para os permissionários que trabalham no local e para aqueles que vão concorrer a um novo espaço. “Não pode simplesmente tirar as pessoas que estão trabalhando naquele local  há muitos anos e colocar outras. É preciso diálogo”, aconselhou.

 

Vigilante recomendou que, neste primeiro momento, é necessário que o governador e sua equipe, se reúna com os permissionários para tirar as dúvidas e esclarecer sobre as normas e a forma como serão feitas essas concessões. “ O governo tem de tranquilizar os 43 permissionários que atuam no parque, alguns dos quais há mais de 30 anos. Até agora, está fazendo terrorismo com estes trabalhadores”, disse.

 

O presidente da Associação dos Permissionários do Parque, Almir Vieira, encabeçou as reclamações com relação a falta de diálogo. Segundo ele, a incerteza sobre a gestão do espaço faz com que os empresários que já exploram a área não invistam em melhorias dos seus empreendimentos.

 

Ele lembrou da lei aprovada em 2012 que assegura a legalidade dos empresários que já atuam dentro do espaço. Segundo afirmou, mesmo depois de uma reunião com o governo, as dúvidas com relação a concessão permaneceram.

 

“Queremos saber como será feita essa privatização. Já tentei falar por diversas vezes com o governador e com secretário, mas não fomos ouvidos”, reclamou.

 

Ele defende que o governo licite outras áreas que carecem de exploração. “A Praça das Fontes e a antiga Piscina de Ondas, por exemplo”.

 

O Secretário de Economia e Desenvolvimento Sustentável, Arthur Bernardes, garantiu que irá ouvir os comerciantes e que não haverá cobrança adicional para o cidadão.

 

Segundo ele, o governo não pretende privatizar o Parque da cidade, mas sim fazer uma nova gestão, a exemplo do que é feito em outros lugares. “O Parque está mal cuidado, e precisamos revitaliza-lo. Com isso, estamos estudando experiências que já foram implantadas em outros estados e países, a exemplo do Central Park em Nova Iorque”, destacou.

 

“Ainda não há um modelo de concessão, mas sabemos que ninguém vai pagar para entrar, para usar banheiro ou para beber água. Não haverá qualquer cobrança adicional para o usuário”, garantiu Bernardes.

 

O subsecretário de Parceria Público-Privada do GDF, Luiz Alberto Grande, garantiu que o parque continuará público. “É preciso melhorar sua condição e manutenção e, para isso, buscar um processo melhorado de gestão”, colocou.

 

 

Entenda  – Em 20 de janeiro, foi publicado no Diário Oficial do DF a relação das empresas interessadas na chamada pública promovida pelo GDF. A exploração de áreas como: Centro de Convenções , Parque da Cidade, Parque de Exposições da Granja do Torto, as torres de TV e Digital e o Jardim Zoológico de Brasília são cobiçados por várias empresas.

 

Por Veronica Soares

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