O deputado federal e fundador do Partido Solidariedade, Paulinho da Força (SD-SP), vai responder a ação penal do Supremo Tribunal Federal pela acusação de envolvimento com desvios de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nesta terça-feira (8), a segunda turma do tribunal recebeu denúncia do Ministério Público Federal contra o parlamentar pela suposta prática de crime contra o Sistema Financeiro Nacional, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
“É esse tipo de gente marginal do sindicalismo brasileiro, que sempre viveu às custas do Erário, que agora está tramando para derrubar a presidenta Dilma”, dispara Chico Vigilante, deputado distrital e sindicalista.
Segundo a acusação, Paulinho da Força, teria exercido influência junto ao BNDES para, em troca de favorecimentos políticos, cobrar comissões que variavam de 2% a 4% dos financiamentos concedidos pelo banco. Entre os indícios apresentados pelo MPF está o fato da indicação, feita pelo deputado, de nomes de sua confiança para integrar o Conselho de Administração do BNDES, em vaga destinada à Força Sindical, entidade sob controle do parlamentar.
De acordo com o Ministério Público, após o BNDES autorizar os financiamentos, os beneficiários passavam a apresentar notas que seriam falsas para justificar gastos do banco e desviar esses recursos para a quadrilha.
O relator do caso, ministro Teori Zavascki, ao votar pelo recebimento da denúncia, disse que o MPF apresentou descrição clara dos fatos imputados ao parlamentar. Ainda, de acordo com o ministro relator, os indícios de desvios estão fartamente apresentados nos autos, inclusive em diálogos interceptados.
Por fim, o ministro Zavascki afirma que a denúncia traz uma descrição lógica e coerente, com a presença da materialidade dos delitos e indícios de autoria, que permitirão o pleno exercício da defesa.
Fonte: Augusto Henriques