“O muro de Rollemberg é inconstitucional”, diz Vigilante

A decisão do Governo do DF em erguer um muro na Esplanada dos Ministérios para dividir as manifestações contra e pró-impeachment é inaceitável. É o que avaliou, na manhã desta segunda-feira (11), o deputado Chico Vigilante, ao apelidar a barreira como “o muro da vergonha”.

Segundo Vigilante, também houve uma evidente manobra do GDF para beneficiar os manifestantes a favor do impeachment. “Eles separaram o Museu da República, que é um lugar de alta visibilidade para a direita golpista. Já para os trabalhadores, separaram o Teatro Nacional, o local de pouca visibilidade. Este fato por si só já é vergonhoso”, criticou Vigilante.

Para além das explicações do GDF para tentar justificar o muro, Vigilante argumenta que a divisória também representa a nítida divisão de classes existente no DF.

“Os trabalhadores, pessoas humildes e demais setores da sociedade, que estão mobilizados contra o golpe, destinaram uma área de terra batida e sem infraestrutura”, relata.

“Para os coxinhas, Rollemberg destinou uma área completamente pavimentada, que é o Museu da República. Mais uma vergonha deste governo”, protestou.

O parlamentar lembrou que até mesmo a própria composição de Brasília, com a valorização dos grandes espaços livres, onde foi proibida a construção de muros embaixo dos pilotis dos prédios, é mais uma prova de que a capital da república não comporta o muro social erguido por Rollemberg.

“Vivemos numa sociedade onde a Constituição e a Democracia não permitem este tipo de barreira. Portanto, esse muro é uma verdadeira vergonha para a capital do terceiro Milênio. Estou repudiando essa lastimável decisão do governo, e a sociedade inteira tem que fazer o mesmo”, criticou.

Para evitar confronto entre os grupos, caberia às forças de segurança garantir o que determina a Constituição. “Que todos tenham o direito de se locomover livremente, de se reunir em logradouros públicos sem portar armas.  A constituição não fala de muros. Portanto, o muro de Rollemberg é inconstitucional e será lembrado para as gerações futuras como o muro da vergonha”, concluiu.

Por Veronica Soares