No Senado, vigilantes reforçam luta por Piso Nacional de R$ 3 mil

Vigilantes de todo o País clamam por valorização profissional. O anseio da categoria foi evidenciado na manhã desta segunda-feira (6), durante audiência pública no Senado Federal, que debateu o piso nacional de R$ 3 mil.

A audiência faz parte do processo de debate da matéria na Casa e é uma das etapas que antecede a votação no Plenário. Autor da proposta, o senador Paulo Paim (PT-RS) lembrou que a luta pela aprovação do piso salarial será travada nos mesmos moldes da que garantiu o adicional de periculosidade, que terminou em vitória para os vigilantes.

“Nós conseguimos os 30% (de adicional) graças à mobilização. Esse é o mesmo caminho que devemos percorrer para garantir o piso nacional de R$ 3 mil”, avaliou o senador.

O deputado distrital Chico Vigilante (PT) ressaltou o empenho do senador Paim na luta pelos direitos da categoria. O parlamentar lembrou que o momento é de união, uma vez que empresários estão tentando desqualificar as reivindicações e ameaçando os trabalhadores, com a justificativa de que se o projeto for aprovado, irá gerar desemprego na área.

“Esses mesmos empresários impuseram medo quando lutamos pela gratificação de 30% do risco de vida. Precisamos unir forças e lutar contra esse discurso de desemprego”, alegou o distrital.

O vigilante arrisca a vida para defender outras pessoas. Não podemos aceitar que quem têm uma profissão tão perigosa quanto a deles, recebam um salário tão baixo, que pode piorar de acordo com o estado onde ele vive, ressaltou o deputado.

Dados da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) apontam que existem no Brasil cerca de 2,3 milhões de vigilantes registrados pela Polícia Federal. Para o presidente da entidade, José Boaventura, a necessidade de implantação do piso salarial para a categoria deve considerar a responsabilidade diária desses trabalhadores: cuidar da vida das pessoas.

27223040550_33a0e7a484_kNa ocasião, o sindicalista entregou uma tabela (clique aqui), elaborada pela CNTV, que revela a enorme diferença de remuneração entre os vigilantes brasileiros. De acordo com as informações apresentadas, a média salarial da categoria é de R$ 1.174,84. O Distrito Federal é o estado com o melhor índice salarial.

Boaventura criticou ainda o fato de as empresas não terem Planos de Segurança, o que coloca em risco a vida dos trabalhadores e da população. “Somos uma das poucas profissões ficha limpa no País. Cuidamos da vida das pessoas em diversos espaços, e não apenas do patrimônio. Precisamos ser valorizados”, declarou.

O debate reuniu vigilantes de todas as regiões brasileiras, que também pediram mais respeito à categoria. “Já travamos lutas que a categoria não acreditava, mas a mobilização e união dos vigilantes nos possibilitou que saíssemos vitoriosos”, lembrou o presidente do Sindicato dos Vigilantes do Sul, Loreni dos Santos Dias.

A secretária-geral do Sindicato de Alagoas, Maria Mônica da Silva Lopes, também pediu mais reconhecimento. “Só quem é vigilante sabe o que sofremos nos postos de trabalho. Queremos mostrar a todos que não estamos guardando apenas o Patrimônio, mas preservando a vida”, afirmou.

A Audiência Pública contou também com a participação da senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), do senador José Medeiros (PSD-MT) e da senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que manifestaram apoio aos vigilantes e se comprometeram em votar favoravelmente ao Projeto de Lei.