Moradores do DF comentam pesquisa sobre qualidade de vida em Brasília

A Consultoria Mercer divulgou, na última segunda-feira (22), uma pesquisa onde diz que Brasília é a cidade com melhor qualidade de vida do País. Com a maior renda per capita do País, o Plano Piloto tem a maioria dos seus habitantes (33,36%) com ganhos de aproximadamente R$ 14 mil mensais, segundo estudo divulgado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) em 2014. O mesmo levantamento mostra que apenas 1,42% sobrevive com um salário mínimo.

Ao se afastar de Brasília, entretanto, a realidade muda drasticamente. Saúde, educação e os serviços básicos oferecidos pelo GDF são bem diferentes. Diariamente, o deputado Chico Vigilante (PT) recebe em seu gabinete denúncias de falta de atendimento nas unidades de saúde, do aumento no número de assaltos e até do descaso com o combate ao mosquito aedes aegypti, causador da dengue, zika e chikungunya.
Um bom exemplo desse contraste, foi o surto da doença na cidade de Brazlândia, distante 51km da região central de Brasília.
A mobilidade urbana também é outro grande desafio para as pessoas que moram fora do fora Plano Piloto. É notório que Brasília foi uma cidade feita para carros, mas era dever dos governantes programar um melhor sistema de transporte público para quem não tem carro próprio.
Para o deputado distrital Chico Vigilante, vários governos deixaram de priorizar a infraestrutura nas regiões administrativas.
“Apesar do Distrito Federal receber muitos recursos federais, tivemos vários governos que priorizaram as regiões mais abastadas, a exemplo das Asas Sul e Norte, do que Ceilândia”, afirma.
“Todos os dias acompanho situações que contrastam diretamente com essa pesquisa”, complementou.
Nossa reportagem saiu em direção ao principal ponto de convergência de pessoas do DF, a Rodoviária do Plano Piloto, para saber o que pensam os moradores do DF sobre o levantamento.
“A qualidade de vida no plano piloto é alta por causa do poder aquisitivo das pessoas. Diferente das cidades, onde, com baixos salários, as pessoas vivem em cidades com infraestrutura mais precária”, diz Luisa Simão, estudante, moradora da Asa Norte.
“A questão é de investimento. Recebemos recursos federais e distritais. Era para ser mais ou menos tudo igual”, afirma Rodrigo Lima, cabeleireiro, morador de Taguatinga.
“A segurança é precária. Segurança hoje em Brasília é só para os “barões” que tem dinheiro. A população fica a mercê dos bandidos”, reclama Antônio Nunes, morador de Ceilândia.
A maioria das pessoas com quem conversamos afirma que os principais problemas que afetam a qualidade de vida nas regiões administrativas são relacionadas a falta de saúde, segurança e transporte público precário.
De acordo com levantamento feito pelo Pesquisa Nacional por Amostdra Domiciliar (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013, o DF conta com a maior desigualdade social entre todos os estados da federação.
Por Marcos Paulo / Assessoria

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