A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal tentou ouvir nesta quinta-feira (11) o depoimento do tenente-coronel do Exército Brasileiro Mauro César Barbosa Cid, que atuou como Ajudante de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, o depoente optou por permanecer em silêncio e não responder às perguntas, independente do conteúdo questionado.
Em pronunciamento realizado logo no início do depoimento, Mauro Cid declarou que usa o direito constitucional de permanecer em silêncio. O presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), fez questão de afirmar que o direito será garantido, mas que todas as perguntas serão feitas.
O depoente foi questionado sobre desde quando conhece a família Bolsonaro, convive com ela e sobre vínculo de amizade entre os núcleos, Mauro Cid disse que ficaria em silêncio.
Além disso, o militar foi questionado sobre vários assuntos. Entre eles, se houve influência da amizade para que fosse escolhido como Ajudante de Ordens, se participou ou planejou de ação para divulgação de fake news, se participou de algum tipo de pressão à cúpula das forças armadas para apoiarem planos golpistas. E também se poderia explicar como foi a participação no esquema de venda das jóias recebidas por Bolsonaro, mais uma vez, optou pelo silêncio.
A mesma tática foi usada quando indagado sobre as movimentações financeiras que realizou, mostrando que entraram R$ 4,5 milhões em contas de sua titularidade e tendo renda declarada no mesmo período de apenas R$ 956 mil. Até mesmo quando perguntado se estaria disposto a fazer algum ato para salvar sua carreira militar, já que seria expulso do exército em caso de condenação, Mauro Cid decidiu ficar em silêncio.
Ao fim dos questionamentos, Vigilante reafirmou que o silêncio também fala. “O senhor não respondeu nenhuma das perguntas. O silêncio foi bastante elucidativo para todos nós”, declarou o presidente.