Em 21 de março de 2019, publiquei artigo alertando o governo do Distrito Federal da baixíssima execução orçamentária em Vigilância Epidemiológica. Naquele texto, avisei que os gastos do GDF com as ações de vigilância epidemiológica haviam caído drasticamente nos cinco anos anteriores.
Em 2014, último ano da gestão petista, foram empenhados R$ 29 milhões. Em 2015, o gasto caiu para R$ 5,7 milhões e, no ano seguinte, para R$ 4,2 milhões. Em 2017 e 2018, a execução dessa despesa caiu ainda mais: R$ 3,7 milhões e R$ 2,3 milhões, respectivamente. Pois bem, nosso alerta não foi levado em conta pelo GDF. Pela gravidade da situação, além de executar plenamente o orçado, a Secretaria de Saúde deveria ter solicitado aportes adicionais.
Afinal, dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal mostram que, no ano passado, 62 pessoas morreram por conta da dengue na capital. Esse é o maior número já registrado desde 1998.
Em todo o ano de 2018, o DF teve duas mortes por dengue. O número registrado em 2019 é 30 vezes maior. Pois bem, foram registrados 1.780 casos prováveis de dengue no Distrito Federal entre 29 de dezembro de 2019 e 1º de fevereiro de 2020. Aumento de 294,68% em relação ao mesmo período de 2019. Para 2020, estão orçados menos de R$ 9 milhões, o que pode fazer o mosquito Aedes Aegypti morrer, mas de tanto rir da incompetência da Secretaria de Saúde.
Portanto, governador, no ano passado alertamos no final de março. Neste ano, estamos avisando em fevereiro.
É urgente ampliar o orçamento e executá-lo, em ações preventivas, especialmente na região norte do DF, onde estamos verificando a maior incidência, como em 2019. No ano passado, foram 62 brasilienses mortos por dengue. Muitos deles podem ter sido eleitores que acreditaram em suas promessas. Quantas morte teremos em 2020? De quem é a responsabilidade?
A provável pandemia de coronavírus é preocupante, mesmo não tendo chegado ao Brasil. Mas se não cuidarmos adequadamente da dengue, que conhecemos há décadas, o que poderemos fazer diante de um novo vírus, que assusta o mundo.