“A arte nunca acaba. A cada dia que passa, fico mais emocionando com o legado que o meu pai deixou para a Brasília e para o Brasil”, definiu o filho de Nemm Soares, Pedro Henrique Pereira Soares, na homenagem ao artista plástico, que faleceu em junho deste ano.
A homenagem na Câmara Legislativa foi proposta pelo deputado distrital Chico Vigilante (PT), e teve a participação de familiares e de amigos de vida do artista.
O filho de Nemm recordou a entrega que o artista tinha com o seu trabalho. “Como filho, entendo a dedicação que o pai teve com a arte. Sem dúvidas, este é um momento muito especial para todos nós”, destacou.
Para Chico Vigilante, o artista marcou gerações e deixou sua cultura e arte pelos quatro cantos da capital federal. O parlamentar também destacou a importância de se expor obras do artista na CLDF, que é considerada a Casa do povo.
“É uma iniciativa muito gratificante abrir essa Casa de Leis para a Cultura e para a Arte. Normalmente, a grande mídia só mostra o lado negativo desta Casa. Essa exposição serve para mostrar para a população o outro lado do Legislativo”, destacou.
“Neste momento tão duro que o País está atravessando, a gente precisa de arte para suavizar a alma, e a arte do Nemm representa essa suavidade ”, completou Vigilante.
Para o amigo e artista plástico, Eugênio Monteiro, com quem Nemm teve um ateliê em Pirenópolis (GO), “a arte é uma luz mais forte que a morte”. Ele disse que do colega fica a saudade, ao definir que “saudade é coisa passada que fica grudada na gente”.
Eugênio destacou a união e os momentos de amizade que teve ao lado de Nemm. “Neste tempo que trabalhamos juntos, ele demostrou a sua simplicidade e hombridade. E foi dessa humildade que nasceu a nossa parceria”, recordou o artista.
A sessão solene também marcou a abertura oficial da exposição do artista na Câmara Legislativa, e conta com obras e peças exclusivas desenvolvidas por Nemm nestes quase 40 anos viveu em Brasília.
Vida e arte
Nemm Soares faleceu aos 60 anos, vítima de um AVC.
Ele nasceu em Belo Horizonte (MG), em 1955. Aos 22 anos mudou-se para Brasília e aqui ficou conhecido por ter as obras caracterizadas pelo grafismo e pela geometria estampadas em restaurantes, estabelecimentos comerciais, clínicas e na arquitetura de diversos projetos da Casa Cor.
Entre suas obras mais conhecidas e apreciadas está o painel do Clube do Choro, localizado no Eixo Monumental.
Durante a carreira artística, teve milhares de obras catalogadas, entre elas, telas, painéis, esculturas e objetos, como castiçais e candelabros.