O coronel da Polícia Militar Jorge da Silva Pinto, ex-coordenador de Assuntos Institucionais da Subsecretaria de Inteligência da SSP-DF, disse hoje (30/3) que desde as 8h do dia 8 de janeiro começou a mandar mensagens para os grupos de segurança sobre o risco de perigo das manifestações programadas para aquela data. Ele ressaltou, ainda, que ao longo do dia foram encaminhados sete destes alertas. O depoimento foi dado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os atos antidemocráticos, da Câmara Legislativa do DF (CLDF). Para o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), o depoimento ajudou ainda mais as investigações.
Silva Pinto também assegurou que “todas as informações” foram repassadas ao então secretário executivo da SSP, Fernando Oliveira, e compartilhadas, inclusive, com o então secretário da pasta, Anderson Torres. Conforme contou, os informes, que se intensificaram a partir do dia 5 de janeiro, apontaram possibilidade de confronto de manifestantes com os policiais desde a chegada de 126 ônibus e 2.500 pessoas, dias antes, em Brasília.
“Não sei de que forma os responsáveis pela tomada de decisões na SSP entenderam os meus alertas”, afirmou ele. “O nosso trabalho de investigação e envio de alertas foi feito, foi desenvolvido, todos os órgãos foram integrados por meio de célula de inteligência justamente para viabilizar o contato dos seus analistas e profissionais de inteligência com os responsáveis pela tomada de decisões. A área de inteligência, com absoluta certeza, não falhou”, frisou.
Para Chico Vigilante (PT), o depoimento ajudou ainda mais a apurar o que houve na segurança do governo do DF naquele dia e levantou a suspeita de que as falhas podem ter sido intencionais, já que os riscos eram de conhecimento dos diversos órgãos. “Só podemos chegar à conclusão de que aquela baderna interessava a alguém”, destacou. “Pelo jeito, não tivemos um apagão somente, como declarou o governador do DF. Tivemos um apagão intencional, daqueles que acontecem simplesmente porque se corta a energia”, ressaltou.
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