CPI: Ex-secretário diz que Exército impediu várias vezes desmonte de acampamento


O delegado da Polícia Federal Júlio Danilo Souza Ferreira, que esteve à frente da Secretaria de Segurança do Distrito Federal até 2 de janeiro (quando foi substituído no cargo pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres), afirmou hoje (23/3) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos de 8 de janeiro que não pôde desmontar o acampamento montado por manifestantes logo após o resultado das eleições. Por ter sido instalado em frente ao Quartel Geral do Exército, em Brasília, uma área militar, ele se viu “sem condições de interferir”.

Ferreira destacou, ainda, que o Governo do DF (GDF) deu todo o apoio na organização do trânsito, na limpeza e na segurança do acampa incluindo o Corpo de Bombeiros, a pedido do Exército. E que crimes como tráfico de drogas e prostituição dentro do acampamento, que foram denunciados à comissão na última semana, se existiram, deveriam ter sido combatidos, segundo ele, pela Polícia do Exército. O ex-secretário também afirmou que algumas tentativas de desmobilização do acampamento foram canceladas pelo próprio Comando Militar do Planalto.

Interrupções – “O general Dutra [Gustavo Henrique Dutra de Menezes, então comandante militar do Exército no Planalto], disse que não poderíamos desmontar o acampamento. Era uma área do Exército e, portanto, precisava haver essa cooperação. O GDF não poderia agir no local. Por vezes, as operações que tentamos realizar ali foram interrompidas porque ele dizia que tinha recebido ordem para que não fosse realizada naquele dia a desobstrução, que eles fariam por conta deles”, contou.

Sobre o episódio de violência do dia 12 de dezembro, quando vândalos ameaçaram invadir a sede da Policia Federal e queimaram veículos no centro de Brasília, Júlio Ferreira, que era na época o secretário de Segurança, disse que foi ao local e que foi determinada ação rápida da Polícia Militar. Em resposta ao presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), sobre o fato de não ter havido prisões no dia dos atentados, ele disse que “a primeira missão era restituir a ordem pública”. Por isso, “a preocupação inicial foi dispersar” os vândalos. Segundo o delegado, houve de fato atraso na atuação dos policiais porque não se tinha informações sobre o risco dos atos.

-Com Agência de Notícias da CLDF

 

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