Contra privatização do Parque da Cidade, permissionários protestam

Responsáveis pela atividade econômica cotidiana do Parque da Cidade Sarah Kubitschek, os 43 permissionários do lugar querem participar da discussão sobre a privatização de áreas do local.

De acordo com o presidente da Associação dos Permissionários do Parque da Cidade, Almir Vieira, a categoria gera aproximadamente mil empregos diretos – sem falar em vários outros trabalhadores que usam o espaço para fins comerciais, entre os quais estão personal trainers e mesmo os vigias de carros nos estacionamentos.

 

Para Vieira, o governo do Distrito Federal deveria licitar áreas onde não há nada construído, como a Praça das Fontes e a antiga Piscina de Ondas. “As regras têm que ser claras, transparentes. Como o Governo não determinou normas, partimos do princípio de que o administrador do espaço que ganhar a licitação pode tudo”, avalia. “Inclusive nos tirar de lá, depois de todos investimentos que já fizemos”.

Um dos mais famosos permissionários do Parque, o diretor do Nicolândia Parque, Marco Antônio Gomes, também engrossa o coro por mais transparência e diálogo com o GDF. O pai dele fundou o parque de diversões há exatos 38 anos. Agora a família teme perder o direito de explorar o espaço. “Fizemos muitos investimentos nestes quase 40 anos e, atualmente, geramos 150 empregos diretos”, explica Gomes. Segundo ele, não é justo, portanto, que o governo faça as licitações sem ouvi-los. “Se o governo acha que o preço que nós pagamos é pouco, que ele baixe um decreto determinando novos valores a serem cobrados”, diz.

 

Também contrário à privatização, o deputado Chico Vigilante (PT) defende que o governo arrume outra maneira de explorar o espaço. “Que não seja pela privatização. Existem várias áreas vazias dentro do Parque que podem ser licitadas. Em todos os cantos do mundo os parques são públicos, não tem motivos para o Parque de Brasília ser privado”, enfatiza o parlamentar.

 

Para dar ouvido aos permissionários e usuários do Parque, o deputado Chico Vigilante vai organizar uma comissão para ouvir todos os envolvidos no processo, inclusive o Governo do Distrito Federal.  Além disso, o deputado pretende marcar uma Comissão Geral entre o governador Rodrigo Rollemberg e os permissionários.

 

DE OLHO NOS ESPAÇOS PÚBLICOS

 

Em novembro do ano passado, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, assinou uma resolução que autoriza a abertura de editais para pessoas físicas e jurídicas apresentarem projetos de gerenciamento de vários espaços públicos. Entre eles, o Jardim Zoológico de Brasília, o Parque da Cidade Sarah Kubitschek, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães e a Torre de TV.

De acordo com informações do GDF, a ideia é oferecer espaços publicitários e pontos comerciais para ser explorados por empresas. Em contrapartida, elas devem arcar com a manutenção dos locais.

Por Veronica Soares