Com chave de ouro, oitivas são encerradas com depoimento esclarecedor

O último depoimento antes da aprovação do relatório da CPI dos Atos Antidemocráticos trouxe à tona evidências cruciais, apresentadas pelo Coronel Reginaldo Leitão, hoje (16), durante a 33ª reunião. O coronel confirmou perante a comissão que a Polícia Militar identificou manifestantes portando equipamentos perigosos, como máquinas de eletrochoque, bolas de gude e estilingues, horas antes do ato golpista. Esses objetos, de acordo com a própria corporação, têm potencial de causar danos. 

Em relação ao acampamento, o coronel relatou que as lideranças eram difusas, com diferentes níveis de agressividade, incluindo os mais radicais, que distribuíam folhetos convocando para a tomada do poder. O depoente ainda declarou que, apesar dos alertas detalhados emitidos pela Inteligência da Polícia Militar, a orientação dada pelo Comando aos policiais foi que ficassem de sobreaviso, ou seja, em casa, ao invés de estarem prontos e posicionados no quartel para agir a qualquer momento. Na visão do próprio depoente, a corporação cometeu falhas e erros graves no dia 8 de janeiro e nos dias que antecederam os atos golpistas. 

É importante ressaltar que todas as informações reveladas pelo coronel foram compartilhadas pela inteligência da PMDF com o alto comando da corporação e registradas em canais de comunicação oficiais da polícia, incluindo o grupo chamado “Prioridade 01” no Whatsapp, que foi mencionado repetidamente em vários depoimentos. 

Os fatos elucidativos apresentados pelo coronel Leitão certamente farão parte do conjunto de provas reunidas por esta Comissão ao longo dos últimos nove meses. À medida que a CPI dos Atos Antidemocráticos se aproxima do fim, ela se prepara para a apresentação, leitura e votação de um relatório sólido e imparcial no próximo dia 29.

Fotos: Ed Alves