A disputa entre taxistas e motoristas do Uber (aplicativo de carona paga) tem tomado conta das ruas do Distrito Federal. Quem fica no meio dessa briga são os passageiros, que querem um serviço com preço baixo e com qualidade, independentemente de quem estiver prestando. Das ruas, a discussão chegou até a Câmara Legislativa e ao poder Executivo. Durante a sessão ordinária da tarde da última quarta-feira (5), parlamentar a favor e contra o Uber tem divergido nas opiniões.
Para o deputado Chico Vigilante, líder da bancada do PT, antes de se discutir quais modalidades de transportes são boas ou ruins, o governo do Distrito Federal tem que discutir a legalidade do serviço. Neste caso, o Uber vai contra à legislação federal e contra o próprio plano diretor de transporte, aprovado na Câmara Legislativa ainda em 2011.
Chico defende que para que um meio de transporte opere o sistema do DF, este tem que estar dentro da legalidade e regularizado pelas leis vigentes no Estado. “Caso contrário, motoristas que não pagam impostos, serão sempre uma concorrência ilegal e desleal aos taxistas”, destacou.
O deputado também criticou a questão da sanção ou não do projeto de lei do deputado Rodrigo Delmasso, pelo governador Rodrigo Rollemberg. “Portanto, o governo ao invés de liberar o Uber, tem que liberar as licitações das permissões dos taxistas para que tenha mais linhas e que mais carros entrem no mercado”, sugeriu.
Segundo ele, a falta de permissão acaba sobrecarregando a maioria dos taxistas, que precisam alugar carros a R$ 300 reais por dia para poder trabalhar. “Estes trabalhadores têm uma vida dura, além de estar expostos a assalto e roubos, ainda são extorquidos pelos donos das permissões. Quem vai trabalhar feliz começando o dia devendo 300 reais?”, questionou. “Estes trabalhadores estão em situação bastante difícil”, completou.
Dentro desta mesma linha, Chico ressaltou que enquanto não tiver a devida legalização, não há como eles funcionarem. “Pois, não adianta um elemento ter uma bela ideia de criar o Uber, que a gente não sabe quem está guiando o veículo, não pagam impostos e começam a trabalhar sem nenhuma legislação vigente. Não sabemos ao menos quem comprou esses carros e, se estes profissionais do Uber estão sendo ludibriados. Ao governo, basta cumprir a lei e fiscalizar”, completou.
Por Veronica Soares/ assessoria