Chico elogia carta de apoio de governadores a Dilma

Dezesseis governadores divulgaram, nesta terça-feira (8), uma carta aberta refutando o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Para o líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara Legislativa, deputado Chico Vigilante, a carta demonstra o equívoco desse processo contra a presidenta.

“É uma resposta dos governadores eleitos contra o capitão do mato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A voz dos governadores, eleitos pelos mais variados partidos, é um alento à democracia”, afirmou o parlamentar.

O deputado explicou que todos os governantes se utilizam dessa manobra fiscal conhecida por pedalada, inclusive, aqui no Distrito Federal. Para Chico, o Tribunal de Contas da União, em um gesto político, considerou como crime essa manobra no governo da presidenta Dilma Rousseff. No entanto, não adotou a mesma análise nas pedaladas realizadas nos governos de Fernando Henrique Cardoso.

Na análise do líder do PT, implicar a perda do mandato da presidenta devido à baixa popularidade, aferida por institutos de pesquisas, não se justifica. “Se for cassar mandato de político por impopularidade, irão sobrar poucos”, emendou Chico Vigilante.

Confira, abaixo, a íntegra da Carta pela Legalidade:

Os governadores estaduais vêm, por meio desta nota, manifestar-se contrariamente ao acolhimento do pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidenta da República.

A história brasileira ressente-se das diversas rupturas autoritárias e golpes de Estado que impediram a consolidação da nossa democracia de forma mais duradoura. Tanto é assim que este é o período mais longo de normalidade institucional de nossa história, conquistado após a luta de amplos setores da sociedade. Nesse sentido, é dever de todos zelar pelo respeito à Constituição e ao Estado Democrático de Direito.

Entendemos que o mecanismo de impeachment, previsto no nosso ordenamento jurídico, é um recurso de extrema gravidade que só deve ser empregado quando houver comprovação clara e inquestionável de atos praticados dolosamente pelo chefe de governo que atentem contra a Constituição.

O processo de impeachment, aberto na última quarta-feira, 02/12, carece desta fundamentação. Não está configurado qualquer ato da presidenta da República que possa ser tipificado como crime de responsabilidade.

Compreendemos as dificuldades pelas quais o País atravessa e lutamos para superá-las. Todavia, acreditamos que as saídas para a crise não podem passar ao largo das nossas instituições e do respeito à legalidade. Por isso, ciosos do nosso papel institucional, conclamamos o País ao diálogo e à construção conjunta de alternativas para que o Brasil possa retomar o crescimento econômico com distribuição de renda.

Brasília, 08 de dezembro de 2015.

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Por Augusto Henques / Liderança do PT na CLDF