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Brasília nas ruas pelo ‘Fora Temer’

Convocados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, cerca de 10 mil pessoas tomaram as ruas de Brasília, na noite da sexta-feira (10),  em protesto contra o retrocesso de direitos e pela saída imediata do presidente interino Michel Temer (PMDB).

Este foi o primeiro grande ato após o golpe contra o mandato da presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) aprovado no Senado. A Casa ainda analisará se a presidenta será afastada em definitivo.

De acordo com o diretor da CUT Brasília, Julimar Roberto, o ato de ontem marcou o reinicio das mobilizações contra a retirada de direitos.

“Estamos na base dialogando sobre o pacote de maldades promovido pelo governo provisório como o PLC 30, reforma da previdência e a proposta do negociado sobre o legislado, que ataca diretamente todos os direitos conquistados na CLT”, criticou o dirigente sindical.

Já o empregado do Serpro, Moises Freitas Pereira, está apreensivo com as primeiras medidas tomadas pelo governo interino.

 “Estamos em constante ameaça no meu local de trabalho. Já circula diariamente a informação de que a nossa empresa pública pode ser transformada em uma S/A. Isso é um absurdo!”, classificou.

Na passeata rumo ao Congresso Nacional, os militantes fizeram pequenos atos em frente aos ministérios da Cultura, Desenvolvimento Social e do Desenvolvimento Agrário. Neles, criticaram a extinção das pastas e, principalmente, das políticas de inclusão social.

“Michel Temer, o que é isso, não estamos entendendo, mexeu com a cultura você vai sair perdendo”, cantavam os artistas presentes à atividade.

Filho do ex-presidente João Goulart, o filósofo João Vicente Goulart destacou que a diferença entre o golpe que depôs seu pai e este contra a presidenta Dilma é que não houve a intervenção das forças armadas. “Elas foram substituídas pelas togas e pela prepotência”, afirmou.

“Precisamos nos unir para garantir a volta de Dilma pela democracia”, completou Goulart.

Ao discursar para a multidão, o deputado Chico Vigilante (PT) falou sobre os projetos listados no documento peemedebista intitulado “Ponte para o Futuro”.

Como já falei por diversas vezes, eles querem implementar esta ‘Ponte para o Futuro’ que na verdade é uma ponte para o inferno, que retira direitos conquistados por nós em suados anos de luta, enfatizou.

“Não podemos nos calar. É por isso que as avenidas e ruas de todo o País estão lotadas, pedindo a saída do governo golpista”, disse.

Para o integrante da Frente Brasil Popular e secretário geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, o ato serviu para dizer aos Senadores que irão decidir o futuro do país “que não aceitaremos o golpe”, aponta.

Integrantes da CUT também não descartaram a convocação de uma greve geral contra a retirada de direitos pelo governo provisório.

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