Graças ao jornalista Joaquim de Carvalho, do site Diário do Centro do Mundo, sabemos agora o preço que a Rede Globo cobrou para manter a jornalista Mirian Dutra exilada na Europa, durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB: dinheiro, a juros baixos, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
É uma história absolutamente plausível.
Basta lembrar que, no final dos anos 1990, o novo parque gráfico do jornal O Globo foi financiado pelo BNDES.
Também em 2002, no último ano do segundo mandato de FHC, o BNDES autorizou uma operação de capitalização da Globocabo, então principal empresa nacional de tevê por assinatura, de 1 bilhão de reais, dos quais 284 milhões saíram diretamente dos cofres públicos.
Isso a seis meses das eleições de 2002, quando José Serra, do PSDB, apoiado descaradamente pelo Globo, perdeu as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
Está em andamento, na Câmara dos Deputados, a CPI do BNDES, montada, claro, com o objetivo de achincalhar as iniciativas do banco durante as gestões do PT.
Veremos, agora, se com as novas revelações da ex-amante de FHC, a comissão se anima a investigar esse escândalo rocambolesco e ajude o País a entender como um presidente da República usou o dinheiro de toda uma nação para esconder o fruto de uma aventura amorosa.
Como foi capaz de transformar um dos maiores bancos de fomento do mundo num balcão particular de transações de alcova, com a ajuda da TV Globo e da revista Veja, símbolos do que pior a imprensa brasileira pode ter produzido em sua longa história de servilismo e podridão moral.
O Brasil foi refém, e pagou com dinheiro público, de uma aventura amorosa de um presidente irresponsável.
A bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados tem a obrigação moral de convocar Mirian Dutra e Fernando Henrique para depor na CPI do BNDES sobre essas transações obscuras realizadas nos anos 1990.
E a Polícia Federal tem, também, a obrigação legal de iniciar uma ampla investigação sobre o uso político do BNDES durante os governos FHC.
A não ser que prefira continuar atrás do barco de lata de Dona Marisa e das caixas de cerveja de Lula.
Chico Vigilante, deputado distrital do PT