Artigo: Moral tucana cada vez mais depenada

Grande parte da imprensa – por mais que não tenha divulgado o fato – tinha conhecimento de  que durante a votação da emenda de reeleição, em 1997, houve compra de votos pelo esquema tucano para beneficiar o principal interessado, FHC.

O  fato, já  denunciado pelo PT inúmeras vezes, vem agora a tona, em meio a centenas de outras denúncias que mostram ao brasileiros que, ao contrário do que a direita deste país quer provar, o PT não inventou a corrupção.

É necessário chamar a atenção para que não passe desapercebido por todos aqueles que foram às ruas gritar a favor do impeachment  apontando o dedo contra Lula e Dilma Rousseff.

Agora devem reconhecer que foram orquestrados pela mídia, pela Fiesp, por Eduardo Cunha e Temer, por FHC e seu bando de tucanos- muitos deles citados várias vezes pela Lava Jato e protegidos caninamente por Gilmar Mendes, como Aécio Neves.

Em delação premiada firmada com a Operação Lava Jato, o ex-deputado do PP pernambucano, Pedro Corrêa, condenado por Sérgio Moro a 20 anos de prisão, afirmou que a compra de votos de deputados para apoiar a emenda da reeleição rolou leve e solta no Congresso Nacional, culminando na aprovação que permitiu a reeleição de Fernando Henrique.

Deputado desde 1978 pela direitista Arena, Corrêa admitiu ter se envolvido em crimes desde seu primeiro mandato parlamentar. Confessou aos investigadores que o episódio envolvendo o governo FHC (1995-2002) “foi um dos momentos mais espúrios” presenciados por ele em todos os anos como deputado federal.

Em sua delação Correa deu detalhes sobre o que chamou de disputa de distribuição de propinas entre Fernando Henrique e Paulo Maluf – na ocasião, recém saído da prefeitura de São Paulo, com o altíssimo nível de aprovação – ambos candidatos em potencial à Presidência da República.

Pedro Correa vem também confirmar o que todos já sabemos, que o deputado Pauderney Avelino, atual líder do DEM na Câmara, nunca foi um homem confiável ou honesto, assim visto até mesmo pelos seus pares, como ficou claro nas gravações de Sérgio Machado, vazadas no final de maio.

A iniciativa da emenda da reeleição foi liderada por duas figuras que não podem mais testemunhar porque não se encontram mais aqui ( Sérgio Mota, ministro das Comunicações; e  Luiz Eduardo Magalhães, presidente da Câmara, ambos mortos em 1998).

Pedro Correa afirma com todas as letras que os dois, com a ajuda dos governadores Amazonino Mendes (PFL-AM) e Olair Cameli (PFL-AC) “entre outras lideranças governistas” “compraram os votos para a reeleição de mais de 50 deputados”.

Correa conhece bem a história porque atuava no mesmo ramo de compra de votos, só que do lado oposto.

Com a ajuda dos deputados Severino Cavalcanti e Salatiel Carvalho, Correa pagava propinas bancadas por Maluf, a deputados para votar contra a aprovação da emenda da reeleição.

Agora está claro que o príncipe dos sociólogos, que encantou o movimento estudantil da década de 70 com carinha de play boy e discursos socialistas, nunca passou de um farsante, entreguista do Brasil e de nossas estatais.

Percebe-se que FHC usa técnicas de corrupção semelhantes as de Maluf, conhecido nacionalmente como ladrão, atualmente alvo de dois mandados de prisão internacional por lavagem de dinheiro no exterior, certamente dinheiro surrupiado dos impostos do povo paulista, via prefeitura de São Paulo.

Ou seja, tanto o direitista declarado Maluf, assim como o tucano FHC, em lados opostos naquela ocasião apenas por uma questão de  interesses pessoais – ocupar a Presidência da República – no Brasil de hoje estão do mesmo lado, o do golpe, o do desrespeito à democracia e à Constituição brasileiras.

O Congresso Nacional está tomado por uma quadrilha e a sociedade brasileira deve ir as ruas lutar por eleições diretas e o fim da impunidade de políticos corruptos com a aquiescência do STF.