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Artigo: Golpistas querem incendiar o País

O PT não vai cair na armadilha dos golpistas de marcar manifestações para a mesma data prevista por setores da direita que insuflam a população pelas redes sociais para sair as ruas pedindo o impeachment da presidenta Dilma, no próximo mês.

E não é por estar acuado como querem fazer supor os tresloucados defensores da volta das manifestações de rua, desta vez com o intuito de dar ao golpe um caráter popular.

O PT não fará isso por ter a compreensão de que a paz e a democracia correm perigo e colocar lenha na fogueira só vai acender a chama de um conflito que não sabemos que proporções podem alcançar.

Ou alguém duvida de que se o ex-presidente Lula conclamasse a população e os movimentos sociais organizados deste país para sair às ruas em defesa da manutenção da presidenta Dilma no poder, centenas de milhares de homens e mulheres do campo e da cidade, lotariam as ruas das cidades brasileiras com este intuito?

Recente pesquisa da Data Folha apurou que 56% do público considerou Lula como o melhor presidente da história do Brasil.

Eu estou seguro que responderiam ao chamado e viriam com a consciência de que precisam manter e ampliar as conquistas dos últimos 12 anos de governo do PT. Marchariam contra o impeachment de Dilma.

Estariam nas ruas apoiando Dilma todos aqueles que perceberam a diminuição da desigualdade como um todo, que sentiram melhores condições de vida para suas famílias com maiores oportunidades de emprego, acesso a escolas técnicas, universidades, condições facilitadas de compra da casa própria e financiamentos para sua propriedade rural, por exemplo.

Muitos daqueles que nunca haviam andado de avião na vida antes dos governos petistas e que fazem parte das estatísticas de aumento de venda de passagens aéreas que pulou de 30 milhões para 150 milhões, nos últimos 12 anos, com certeza, lotariam praças a favor de Dilma.

Com certeza tanto os movimentos de trabalhadores sem terra, assim como os agricultores familiares deste país- responsáveis por 60% do alimento que chega hoje à mesa do brasileiro – estariam nas ruas para defender os avanços ocorridos nos últimos anos. Estes que trabalham de sol a sol não querem retrocesso. E sabem o porquê.

O governador do Acre, Jorge Vianna, um dos primeiros a quem Lula informou sobre sua pretensão de ser presidente do Brasil em 2018, disse uma frase que resume bem a situação: “O país atolado numa crise é terreno fértil para ‘salvadores da pátria'”.

Tenho dito e volto a repetir: é necessário que a sociedade aprenda a ler nas entrelinhas o que querem na verdade os que pregam o impeachment de Dilma, eleita democraticamente e contra quem não existe absolutamente nada que comprove o envolvimento com a corrupção.

Suas contas de campanha foram aprovadas por mais que tentassem o contrário o ministro Gilmar Mendes e suas artimanhas e as investidas na Justiça contra ela por tucanos de alta plumagem.

A tentativa de criar um embasamento jurídico para seu impeachment, em parecer do líder da Opus Dei no Brasil, Yves Gandra, encomendado pelo Instituto de FHC, caiu por terra. Juristas de renome, entre eles Dalmo Dallari, desqualificaram o documento considerando-o inconsistente e sem fundamentos legais.

Não encontra eco na sociedade o discurso pífio do líder tucano no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), um político que não passa incólume se for submetido a Lei da Ficha Limpa.

Sua campanha suja de ataques à presidenta Dilma Rousseff, ao novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, e ao ministro da Justiça, Eduardo Cardozo é claramente parte da mesma estratégia: conectar Dilma e seu governo com a corrupção.

Que moral tem Cunha Lima para atacar Dilma? O ex-governador da Paraíba teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) sob a acusação de ter distribuído 35 mil cheques a cidadãos carentes durante a campanha eleitoral de 2006, por meio de programa assistencial da Fundação Ação Comunitária (FAC), vinculada ao governo estadual. Segundo a denúncia, os cheques totalizam cerca de R$ 4 milhões.

No STF , o relator do processo, ministro Eros Grau, negou na ocasião o recurso de Cunha Lima, sugerindo a cassação do diploma do governador, alegando que “houve marcante descontrole na distribuição de valores financeiros na proximidade do pleito, com exemplos expressivos nos autos. Todos os demais ministros da Corte seguiram o voto do relator.

Ou seja, Cunha Lima, como muitos dos brasileiros, senta no rabo e aponta o dedo. Uma boa pergunta a ser feita aos cidadãos que estão defendendo o impeachment de Dilma pela internet e se mobilizando para ir as ruas é se eles nunca cometeram atos de corrupção.

Um dos melhores depoimentos a respeito da corrupção no Brasil foi o do jornalista Bob Fernandes, entrevistado para o documentário “O Mercado da Notícia”, de Jorge Furtado.

Ele afirma que no Brasil as pessoas tratam os casos de corrupção, principalmente o de políticos, como se fossem cometidos por seres vindos de Marte e não como problema intrínseco de todos nós, cidadãos com a cultura da corrupção na cabeça e que, eventualmente, estão exercendo o mandato de deputados, senadores, ministros, etc.

Ele afirmou: No Brasil ninguém é corrupto, só o vizinho. Se escolhermos 30 amigos e perguntarmos quem usa o programa da internet que mostra onde tem blitz para não ser pego dirigindo depois de ingerir álcool, e quem prefere pagar uma cerveja para o policial do que a multa estipulada para isso, com certeza a maioria vai dizer sem nenhum constrangimento que comete este ato de corrupção.

O jornalista cita no documentário parte de uma entrevista do ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, segundo o qual a dívida inscrita na União, líquida e certa, dos brasileiros que não pagaram seus impostos é superior a R$ 1. 000.000.000.000 ( um trilhão ). O que é isso ? Isso é corrupção.

O que falta a todos nós é parar com a farsa de que existe um lado dos que não perfeitos e limpos e o lado dos que são bandidos e corruptos. É necessário combater a corrupção e os corruptores. Não apenas julgar e colocar na cadeia mas exigir que devolvam aos cofres públicos o que roubaram.

Esta medida, no entanto, deve começar dentro de casa. Agir individualmente, em família e no grupo de amigos contra a corrupção nas ações simples do dia a dia. A melhor mudança que podemos oferecer ao mundo é mudarmos a nós mesmos em primeiro lugar.

Ir para a rua pedir o impeachment da presidenta Dilma, eleita pela maioria dos eleitores brasileiros, só vai colaborar para colocar em risco o processo de radicalização da democracia no Brasil.

Por uma simples razão: os que votaram nela, independente da convocação da direção petista, podem não querer assistir a esta tentativa de golpe, inertes dentro de casa.

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