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ARTIGO: Gilmar e a Globo não gostaram do fim do financiamento empresarial a campanhas políticas

A proibição do financiamento empresarial de campanhas políticas pelo STF esta semana, por oito votos a três, foi uma sensata e feliz decisão. Ela deve ser comemorada por todos os brasileiros como o mais certeiro golpe à corrupção. Viva!

No entanto, há os que, assim como não engoliram o resultado das eleições de 2014, não aceitam também da decisão do STF e não fazem questão de esconder seus sentimentos antidemocráticos, de questionamento das instituições e da Constituição brasileira.

O mais espalhafatoso deles é o ministro do STF, Gilmar Mendes, – aquele mesmo que engavetou por mais de um ano a ação da OAB pedindo a proibição – e acusou a Ordem dos Advogados de fazer um projeto para defender os interesses do PT.

As declarações de Gilmar não têm pé nem cabeça. Num momento o PT não tem nenhuma credibilidade; no seguinte é tão poderoso que controla toda a Ordem dos Advogados do Brasil. Deixe-me rir.

Na sexta, 18/09, após a decisão do STF, um raivoso Gilmar disse na sede da Fiesp, em São Paulo, que o PT não defende o regime estatal da Petrobras por uma questão de crença política ideológica, mas sim porque se utilizada da empresa para “um modelo de governança corrupta”, uma “cleptocracia”.

Como a Globo costumeiramente replica à exaustão as baboseiras ditas por Gilmar a edição do jornal nacional após editar o vídeo com as declarações do ministro, fez uma preleção sob o significado da expressão cleptocracia.

Gilmar teve intensa participação no Governo Fernando Henrique (1995-2003) que executou as maiores privatizações da história do Brasil, vendendo nossas estatais a preço de banana.

Segundo opinou à época Dallari, um dos mais renomados juristas brasileiros, Gilmar Mendes  como Advogado-Geral da União, ou assessorando FHC como redator das Medidas Provisórias e outros atos do presidente preparou muitos atos inconstitucionais assinados e aplicados.

Eu disse mais de uma vez e repito: eles têm lado, Gilmar, assim como Eduardo Cunha, e seus aliados momentâneos, os tucanos, e a mídia golpista brasileira.  Eles são contra tudo que o PT sempre pregou para o Brasil, crescimento com distribuição de renda. O projeto deles é o projeto das elites nacionais e internacionais.

Distribuir para Gilmar é coisa de comunista. O ministro ainda vive na era da guerra fria quando falar em igualdade era o mesmo que taxar alguém de comedor de criancinhas.

 

Para empresários na Fiesp, muitos deles, com certeza, cultos e nacionalistas – nem todos trabalham com a tese do quanto pior melhor e contra os interesses do país – Gilmar disse que o PT queria usar a Petrobras para se eleger indefinidamente, mas “que esqueceu de avisar aos russos”. Hã? Alguém entendeu o que ele quis dizer?

O interesse da Globo em noticiar Gilmar e suas críticas ao PT em horário nobre não se manifesta quando se trata de questões realmente importantes para os brasileiros.

 

Ninguém viu reportagens e edições da emissora do porquê a reforma política votada na Câmara sob o comando de Eduardo Cunha não mudou nada de importante do que deveria mudar se fosse uma reforma séria.

Ninguém viu matérias didáticas explicando a diferença entre as propostas em discussão, vantagens e desvantagens de cada uma. O Congresso fez de conta que aprovou uma reforma política, mas a sociedade não entendeu na realidade o que aconteceu.

Cunha, por sua vez, já envolvido em 2 inquéritos (um referente a lei de licitações e outro onde já foi indiciado pela Lava Jato, acusado de ter recebido cerca de US$ 5 milhões em propina do esquema de corrupção da Petrobras) corre contra o tempo na luta pelo impeachment de Dilma, antes de, provavelmente, ir para a cadeia.

Furioso, e a exemplo de Gilmar, solta suas farpas contra a proibição do financiamento de empresas  a campanhas políticas.

Por Chico Vigilante, deputado distrital

 

Com seu natural estilo ácido, peitou o STF afirmando que a decisão do Supremo não impede que os senadores votem a PEC sobre a questão e desafiou: “a menos que tenha sido uma decisão de tornar a proibição uma cláusula pétrea da Constituição, e não me parece que seja o caso, acho que ainda pode ser passível de modificação”.

É obvio que ele se inteirou das declarações do presidente do STF, ministro Lewandoski, a respeito do assunto: toda e qualquer medida nova do Congresso sobre esta questão terão o mesmo fim no STF.

 

Enquanto os cães ladram, a caravana passa.

 

Neste momento me uno à OAB e ao povo brasileiro na comemoração desta vitória e faço também meu o posicionamento manifestado em nota oficial da entidade: “a partir de agora, os mandatos dos políticos pertencerão efetivamente a seus eleitores,’ e as empresas poderão se dedicar integralmente àquilo que sabem fazer de melhor: gerar empregos para a população”.