Artigo: A tocha mantém aceso o legado Lula/Dilma

Ontem estive no Palácio do Planalto acompanhando a chegada da tocha olímpica que vai percorrer 328 cidades do país durante os Jogos Olímpicos no Brasil.

Assisti a  uma verdadeira prestação de contas da presidenta Dilma Rousseff e do Ministro dos Esportes,  George Hilton, explicando que a chegada desta tocha e a realização das Olimpíadas aqui, pela primeira vez num país da América Latina, só foi possível devido  à coragem,  criatividade, e seriedade do presidente Lula.

Lula foi um dos maiores lutadores para que as olimpíadas viessem para o Brasil. O ministro falou do quanto estas olimpíadas fazem bem para o esporte brasileiro.

Ele contou que quando  pensaram pela primeira vez em trazer os jogos olímpicos pra cá tiveram uma dificuldade muito grande porque o único estado que tinha um espaço em condições de se praticar atletismo nos níveis desta competição internacional era o Pará. As demais arenas e vilas olímpicas de outros estados estavam todas destruídas.

Neste momento fica mais fácil para todos compreender a importância do legado da copa, arenas, pistas, vilas, todas construídas graças à compreensão dos governos Lula e Dilma, do quanto o esporte é importante para a juventude de um país. Se elas não tivessem sido construídas hoje os jogos olímpicos não poderiam acontecer.

*Por Chico Vigilante

Muitos países do mundo financiam seus atletas para que se preparem e disputem nas olimpíadas. No Brasil isso nunca havia acontecido oficialmente antes do governo Lula. Ele e Dilma entenderam essa importância e hoje temos cerca de 7 mil atletas beneficiados pela Bolsa Atleta.

O governo brasileiro mantém, desde 2005, o maior programa de patrocínio individual de atletas no mundo. O público beneficiário são atletas de alto rendimento que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais de sua modalidade.

O programa garante condições mínimas para que se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paraolímpicas.

A questão do esporte foi tratada como política pública de vital importância para o país e não apenas com ajudas esporádicas.

Desde 2012, com a Lei 12.395/11, é permitido que o candidato tenha outros patrocínios, o que permite que atletas consagrados possam ter a bolsa e, assim, contar com mais uma fonte de recurso para suas atividades.

Atualmente, são seis as categorias de bolsa oferecidas pelo Ministério do Esporte: Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpico/Paraolímpico e Pódio. Com a escolha do país como sede olímpica e paraolímpica em 2016, o governo federal criou, em 2012, a categoria Bolsa Pódio, a mais alta do programa e destinada a atletas com chances de disputar medalhas nos Jogos Rio 2016.

É esse governo que o sindicato do crime com agentes do PMDB, Democratas, PSDB e sua turma querem tirar do poder por meio do impeachment de Dilma, para um rearranjo irresponsável das elites brasileiras no sentido de prejudicar o povo. Só não enxerga quem não quer.

Uma frase do economista e ex-ministro dos governos Sarney e FHC, Luiz Carlos Bresser Pereira resumiu bem o que está acontecendo: ” Em nome do combate à corrupção, estamos trocando uma presidenta sobre a qual não há qualquer processo, por um vice-presidente envolvido sob diversas maneiras na Operação Lava Jato.  Aécio Neves, Eduardo Cunha e Michel Temer, PSDB e PMDB, a direita e a classe média tradicional paralisaram o Brasil, desestabilizaram a democracia, tornaram o país sujeito a crises políticas sempre que a popularidade do presidente da República cair, trocaram o acordo pela luta de classes, apenas para satisfazer seu desejo de poder. Que desastre, que loucura, que irresponsabilidade!”

O ministro da Educação, Aloisio Mercadante, também na cerimônia da Tocha Olímpica,  denunciou um fato gravíssimo ocorrido em Roraima – estado onde morei na juventude trabalhando na construção civil, e sei o quanto é carente de tudo.

Segundo ele, o Tribunal de Justiça do estado vem bloqueando 21 milhões de reais destinados a compra de merenda e pagamento do transporte escolar das crianças de lá –  muitas vezes o único alimento delas – para pagar o salário dos juízes e dos deputados de Roraima.

Ou seja, eles acham mais importante manter as suas mordomias e os seus gastos do que alimentar as crianças para que a gente tenha um Brasil diferente.

Este retrato do que está acontecendo em Roraima, um estado dirigido pelo PP, partido que todos nós conhecemos, é exatamente a demonstração  do que um eventual governo Temer/Cunha pretende fazer com o Brasil daqui pra frente. Demonstra que prioridades eles tem.

O mundo, no entanto,  está a nosso favor. A grande imprensa mundial está denunciando. Organismos internacionais, governos, e parlamentares do mundo todo demonstram sua indignação e preocupação.

Ontem foi a vez do eurodeputado espanhol Javier Couso, membro da coalizão Esquerda Unida e vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu.

Em carta enviada  à chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, ele pediu que o bloco se posicione oficialmente sobre o processo de impeachment da presidenta, Dilma Rousseff.

Couso diz: “A UE precisa ter um posicionamento claro diante do que está ocorrendo no Brasil – um processo contra a presidente  levado a cabo por uma oposição que perdeu nas urnas, dos quais boa parte está sendo investigada por corrupção, e conta com o apoio do setor empresarial, financeiro e midiático. A situação põe em risco a democracia brasileira, e está desestabilizando a sexta economia do mundo”.

Portanto, cabe a todos nós brasileiros, homens e mulheres, não aceitarmos em nenhum momento a consumação do golpe, resistirmos em todas as frentes e não dar um minuto de trégua aos golpistas para que a vontade desta elite perversa não prevaleça sobre as necessidades do povo brasileiro.

* Chico Vigilante é deputado distrital pelo PT-DF

Artigo publicado originalmente no portal Brasil 247