Ao Correio Braziliense, Chico Vigilante fala sobre processo golpista no Congresso Nacional

Chico Vigilante | CHICO VIGILANTE, CORAGEM E DETERMINAÇÃOAo Correio Braziliense, Chico Vigilante fala sobre processo golpista no Congresso Nacional

Em um rápido bate-papo com a jornalista Ana Maria Campos, do Correio Braziliense, o deputado Chico Vigilante respondeu oito perguntas sobre o processo golpista que está em curso no Congresso Nacional, além de falar sobre o que pode acontecer se o impeachment da presidenta Dilma Rousseff acontecer.

Vigilante também criticou a posição “medrosa” do governador Rodrigo Rollemberg que não se posicionou sobre o processo de impeachment.

Leia a entrevista completa:

À QUEIMA-ROUPA

Qual foi o recado da manifestação que reuniu 50 mil pessoas na Esplanada na última quinta-feira?

Foi uma demonstração de força do PT, dos movimentos sociais, dos movimentos sindicais e de quem não quer nenhum tipo de retrocesso. No dia 31, reencontrei várias pessoas que não via havia muito tempo. São pessoas que dão valor à democracia.

Já há votos suficientes na Câmara dos Deputados para aprovar o impeachment?

Não. O impeachment vai ser derrotado. Todos os segmentos conscientes do Brasil, na classe artística, intelectual e pessoas de bem formaram uma unidade nacional contra o impeachment.

Não acha que tem muita corrupção no governo Dilma?

Não tem nenhum crime praticado pela presidente Dilma. Se há tantas investigações, é porque ela deixa investigar. Não tem mais, nem menos corrupção neste governo do que nos anteriores. A democracia tem regras. Querem colocar alguém no poder? Ganhem uma eleição. Se a Dilma sofrer o impeachment, outros 16 governadores podem acabar do mesmo jeito.

Por que correm esse risco?

Muitos governos também praticaram pedaladas fiscais. Muitos também estão impopulares. É o caso, por exemplo, do Rollemberg. Ele só tem 6% de popularidade. Se for por impopularidade e pedalada, ele também vai junto. Não estou dizendo que é o certo. Mas o impeachment da presidente Dilma cria esse precedente.

O que acha da posição do governador Rodrigo Rollemberg de neutralidade em relação ao impeachment?

Para quem se diz defensor da democracia, é uma posição medrosa. Boa parte dos governadores declarou sua posição. É o caso do (Geraldo) Alckmin que está a favor, pelos motivos dele. O governador Ricardo Coutinho, da Paraíba, que é do PSB, como Rollemberg, está contra. O Flávio Dino, do Maranhão, que já foi juiz federal, está contra. Os políticos precisam mostrar suas posições.

Vai ter reação nas ruas se houver impeachment?

Sem dúvida. Caso venha a acontecer o impeachment, qualquer um que assumir não vai governar este país. Quem tem juízo precisa ter coragem de estabelecer um pacto pela governabilidade. Quem melhor expressou isso foi o ministro Barroso, ao citar o que vem pela frente.

Concorda com ele? Acha que tem muito picareta no PMDB?

Concordo integralmente com ele. No PMDB, há apenas algumas exceções, como o (Roberto) Requião.

Por que o ex-presidente Lula não veio para a manifestação?
Os advogados recomendaram que ele não participasse. Era justamente o dia do julgamento relacionado ao caso dele no STF. Seria um desrespeito com a Justiça.

Fonte: Correio Braziliense

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