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A questão em jogo é a tentativa de tirar o presidente Lula da disputa eleitoral em 2018

O deputado Chico Vigilante (PT) comentou nesta terça-feira a aceitação da denúncia contra o ex-presidente Lula pelo juiz Sérgio Moro. Para ele, a motivação dos integrantes da República de Curitiba é clara: excluir o ex-presidente do processo eleitoral de 2018. Veja, abaixo, o pronunciamento do distrital.

“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada”.
Trecho de “No caminho com Maiakóvski”, de Eduardo Alves da Costa.

Todos nós acompanhamos no dia de hoje, infelizmente, mais um degrau da escalada da insensatez neste país: o acatamento, por parte do Juiz Sérgio Moro, chefe da “República de Curitiba”, contra o ex-presidente lula.

A totalidade do mundo jurídico – OAB, juristas, ministros do Supremo Tribunal Federal – comenta que a denúncia apresentada pelo Ministério Público é inerte, que foi um espetáculo dantesco, deprimente, de baixo nível promovido por promotores que querem aparecer.

É importante que a sociedade tome conhecimento de que existe, hoje, um peso e duas medidas. Quando se trata de atacar Lula e o PT, vale tudo. No entanto, quando é para com outros partidos, não encontram nada. Céleres contra o Partido dos Trabalhadores e contra Lula. E nenhuma celeridade com relação às denúncias de outros partidos. Isso causa indignação.

É o que acontece quando uma denúncia é contra o PSDB, por exemplo.
Podemos citar o caso do helicóptero com 450 quilos de cocaína apreendido pela Polícia Federal e que, no entanto, até hoje não conseguem identificar o dono da aeronave. Há, ainda, uma conhecida denúncia sobre o envolvimento do senador Aécio Neves em um desvio de 35 milhões de reais, confirmada por uma empreiteira, durante o seu governo a título de 5% de propina na construção do novo Centro Administrativo do Estado.

Cabe ressaltar esse tipo de tratamento diferenciado, porque o ex-deputado Eduardo Cunha só foi cassado graças a uma investigação realizada pelo ministério público da Suíça. Caso essa cassação dependesse dos incompetentes promotores de Curitiba, Eduardo Cunha estaria firme em seu mandato de presidente da Câmara dos Deputados, leve e solto.

Na verdade, a questão em jogo é a tentativa de tirar o presidente Lula da disputa eleitoral em 2018. Para completar o golpe, ainda em andamento, é necessário remover o ex-presidente da disputa, pois, caso entre no páreo, será eleito para o terceiro mandato de Presidente da República.

Essa perseguição política ao ex-presidente Lula é muito semelhante ao que ocorreu com outro presidente: Juscelino Kubitscheck. Naquele tempo, a direita tentava impor a JK a regra de que não poderia disputar outra eleição. Caso disputasse, não poderia vencer. E, caso vencesse, não poderia ser empossado. Estão fazendo o mesmo com Lula.

Quanto a mim, que conheço Lula há 40 anos, sei da sua imensa integridade moral. Sei, também, que ele fica abatido porque acusam a sua a família. Basta verificar o despacho do juiz Moro ao citar que a Dona Marisa não tem conhecimento de nada, mas, no entanto, foi indiciada.

O presidente Lula e sua família têm conhecimento que, mais na frente, serão absolvidos pela Justiça. Mas, até lá, sofrerão todo este processo injusto de humilhação pública.

Eu acredito na mobilização, acredito na sociedade. E não tenho dúvida alguma que o presidente Lula, juntamente conosco, vai vencer esta situação de linchamento público promovida por este juiz de Curitiba.

Deputado CHICO VIGILANTE, PT-DF