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Problemas da rodoviária são debatidos durante comissão geral da CLDF

 

A preocupação dos comerciantes da rodovi

A preocupação dos comerciantes da rodoviária do Plano Piloto com os vários problemas observados naquela área e sua necessidade de revitalização foi debatida nesta quinta-feira (10), pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), por iniciativa do deputado distrital Chico Vigilante (PT).  O tema foi objeto de uma comissão geral – instrumento legislativo que permite a paralisação de todos os serviços para discussão de uma questão de relevância para a sociedade – evento que contou com a participação de parlamentares, representares dos permissionários e integrantes do Governo do Distrito Federal (GDF). Ao final do debate, por sugestão de Vigilante, ficou acertado que uma comissão, formada por três representantes da Associação dos Usuários da Rodoviária, dialogará permanentemente com o secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Valter Casimiro, para acompanhar o processo da Parceria Público-Privada (PPP) que está sendo proposta pelo Poder Executivo para a área.

Vigilante (PT) destacou que uma lei aprovada na CLDF garante a permanência dos permissionários que ocupavam os postos na época da aprovação da legislação. O distrital considera a rodoviária “um espaço muito importante e querido pelos brasilienses”. “A área precisa ser recuperada, para que seja devolvida a dignidade ao espaço, antes considerado um ponto de encontro do Distrito Federal”, afirmou, criticando possível privatização.

Segundo o secretário Valter Casimiro, para garantir que o projeto de PPP não prejudique a população, ele está sendo estudado pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF). “O que está no foco da PPP que está sendo proposta para a rodoviária não é explorar os permissionários, que continuarão pagando os preços públicos como acontece hoje”, disse. De acordo com o secretário, a concessão será como se o governo contratasse uma única empresa para cuidar da limpeza, segurança, elevadores, escada rolante, recuperação estrutural, modernização do complexo, implantação de central de monitoramento, entre outros. “Só que ao invés de o governo pagar diretamente, a empresa terá direito de obter receita com outras fontes”, explicou. Ele também explicou que a garantia vai constar do edital de concessão e que o preço público, tarifa paga atualmente pelos permissionários, continuará sendo definida pelo governo.

O presidente da Câmara Legislativa, deputado Rafael Prudente (MDB), lembrou que em 2019 levou uma sessão da Câmara para a rodoviária para ouvir a população e já naquela época o tema foi levantado. “Fizemos um compromisso com os permissionários de que os espaços das pessoas que estão trabalhando lá sejam preservados. E esse compromisso será mantido pela CLDF”, assinalou.

Papel social – Para Keeslew Caixeta Lobo, presidente da Associação dos Usuários da Rodoviária, Brasília é um lugar que atrai brasileiros de vários lugares e a rodoviária é onde as pessoas encontram abrigo, pois representa o centro de Brasília. “A rodoviária acolhe as pessoas e oferece os preços mais baixos do Distrito Federal, desenvolvendo um papel social”, frisou. “Quinhentas mil pessoas circulam por dia na rodoviária e a grande preocupação é que esta população seja prejudicada com a PPP, já que uma empresa vai querer ganhar lucro. Associação nunca se colocou contra a PPP, mas é contra a exploração indevida da rodoviária”, argumentou ele, citando preços abusivos cobrados pelas lanchonetes da rodoviária interestadual e do aeroporto.

 A deputada Arlete Sampaio (PT) disse considerar a rodoviária como o ponto mais importante de concentração da população de Brasília, com trabalhadores circulando diariamente pelo local. “Não se pode pensar que a rodoviária vai virar um centro de lazer da classe média, não é essa a finalidade daquele lugar. Não é possível compatibilizar uma PPP com o perfil da rodoviária. Não demorará a cobrança de taxas abusivas”, sentenciou ela, afirmando que trabalhará para derrubar a PPP.

Centro de Brasília – Já o deputado Agaciel Maia (PL) classificou a rodoviária como “muito mais do que um ponto comercial, um verdadeiro ponto turístico que está exatamente no centro dos eixos de Brasília”. Para ele, o espaço deveria ser tratado como atração turística e ser muito bem cuidado pelo governo. “A primeira preocupação de qualquer decisão do governo deve ser as pessoas”, ressaltou, defendendo a manutenção dos atuais permissionários no terminal rodoviário.

A permissionária Maria de Jesus Miranda destacou a luta diária dos comerciantes que trabalham no local. Ela cobrou do governo que ouça os usuários da rodoviária e pediu um encontro com o governador Ibaneis Rocha para tratar do assunto. “Infelizmente, há três anos a rodoviária está esquecida pelo governo. Precisamos que o governo nos ouça”, finalizou. Outros permissionários que participaram do debate também se manifestaram contra a possível privatização da rodoviária e enfatizaram os riscos da medida para as milhares de pessoas que circularam diariamente pelo espaço. Josué Martins, administrador da rodoviária, assinalou que o governador Ibaneis Rocha “não levará adiante nenhuma proposta que prejudique os permissionários”.

 *Com informações da Comunicação da CLDF