Jovens, não tenham medo de lutar pela democracia

Recentemente, em mensagem enviada à juventude brasileira, o Papa Francisco pediu para combaterem a corrupção e não terem “medo” de lutar. Neste Dia Internacional da Juventude, a mensagem do líder máximo da Igreja Católica nos faz refletir sobre o papel da população jovem como agente transformadora da sociedade.

A ruptura democrática que culminou na queda da presidenta eleita Dilma Rousseff mergulhou o Brasil em um dos momentos mais críticos da história. A corrupção escancarada, a retirada de direitos trabalhista e sociais, a crise financeira, o agravamento do desemprego, o corte na educação e na saúde são alguns dos retrocessos que o golpe à democracia trouxe à sociedade brasileira.

Temos certeza que a juventude é a mais afetada neste momento, especialmente a negra e pobre. Por exemplo, a taxa de desemprego no país atinge principalmente a população jovem. Atualmente, 28,7% das pessoas que têm idade entre 14 e 24 anos estão desempregadas. Essa elevação nos números é maior entre os mais pobres, uma vez que o nível de escolaridade deste grupo social é inferior ao daqueles que têm condições financeira mais elevada.

Em atenção à juventude, as políticas no âmbito da educação implantadas nos treze anos de governo petista do presidente Lula e da presidenta Dilma aumentaram significativamente o número de jovens nas universidades.

Podemos citar a implantação dos Institutos Federais por todo o país, a Lei de Cotas, o Programa Ciências Sem Fronteiras, a reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como políticas voltadas para a juventude. Outro marco importante foi a aprovação do Estatuto da Juventude, que estabelece garantias de direitos à população jovem.
Ao longo da história, a juventude revoluciona a sociedade no âmbito da cultura e da política como um todo. Tenho certeza de que ela será uma das principais figuras responsáveis pelo restabelecimento da democracia brasileira. Ou seja, a juventude representa a mudança pela luta.
Diante de tantos retrocessos, a juventude brasileira protagoniza lutas pela garantia de políticas públicas de educação, a exemplo das recentes manifestações de estudantes secundaristas em diversas partes do país.
Termino aqui reforçando as palavras do Papa Francisco: Jovens, não tenham medo de se arriscar e de trabalhar para construir uma nova sociedade, permeando com a força do Evangelho os ambientes sociais, políticos, econômicos e universitários. Não tenham medo de combater a corrupção e não se deixem seduzir por ela.
Chico Vigilante – deputado distrital pelo PT-DF