Deputado manifesta luto e pesar pelo falecimento de Maria de Jesus Silva

O deputado distrital Chico Vigilante (PT) manifestou luto e pesar pelo falecimento de dona Maria de Jesus Silva, mais conhecida como Dona Maria, companheira de lutas de mais de 10 anos no acampamento 8 de Março, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), em Planaltina.”Ela era uma pessoa integrada a vária mobilizações e movimentos sociais pelo bem do Distrito Federal e do Brasil como um todo. Mais do que uma companheira, dona Maria era uma amiga e chegou a fazer um vídeo para nossa campanha no último sábado. Teve uma vida dedicada à luta pela terra e pela reforma agrária e não recuava um minuto sequer. Manifesto aqui minha solidariedade, respeito e tristeza com a partida desta grande amiga”, acentuou o parlamentar.

Vigilante lembrou também a capacidade de trabalho de Dona Maria, bem como sua alegria,resistência, boa energia e perseverança. “Era uma trabalhadora inquieta, mãe e amiga exemplar”, frisou. O deputado comentou nota do MST sobre o falecimento e disse que reitera as palavras do documento, segundo o qual a perda de Dona Maria, aos 78 anos, “só reafirma o quão o latifúndio, o agronegócio e o Estado opressor praticam a morte”.

“É inadmissível que tenhamos que ficar tanto tempo embaixo da lona, vendo um Estado que legítima os crimes do agronegócio, negando e invisibilizando a Reforma Agrária e a Luta pela Terra. E que companheiras, como Dona Maria, sejam privadas do direito de acesso a terra, ao trabalho, a agroecologia, que de fato se constituem como sujeit@s de direito”, destacou o deputado

Leia abaixo, nota oficial do MST sobre o falecimento de Dona Maria:

 

O MST do Distrito Federal e Entorno perde uma grande companheira de luta!

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra do Distrito Federal e Entorno comunica, com muito pesar, a passagem de nossa querida companheira Maria de Jesus Silva, ou simplesmente nossa Dona Maria, acampada há mais de 10 anos no acampamento 8 de Março, em Planaltina DF.

Dona Maria nos deixa aos 78 anos, parte destes dedicados profundamente ao MST e a Luta pela Terra e pela Reforma Agrária. Uma companheira incrível, de energia e alegria, sempre dedicada às tarefas do MST, sempre a frente de todas lutas, não recuava um minuto sequer, onde tivesse luta e resistência, Dona Maria estava lá, com seu boné e sua bandeira, já quase rosada, da qual ela não desgrudava.

Foi e continuará sendo exemplo para toda nossa militância, pois sua idade e sua saúde nunca foram obstáculos para sua luta. Sempre dedicada, com perseverança, olhar firme e na certeza que o MST, como sua grande família, nunca desistiria de lutar pela terra e pela Reforma Agrária, para assim conquistarmos coletivamente o tão sonhado pedaço de chão. Trabalhadora, inquieta, de mãos calejadas. Uma mãe exemplar, não só para seus filhos, mas para toda militância, em especial para as famílias do acampamento 8 de Março.

Ela fez sua passagem, sem ter tido a possibilidade de ter conseguido seu pedaço de chão. Por isso, continuaremos firmes na luta pela Reforma Agrária Popular para que possamos conquistar esse latifúndio, e dedicar essa conquista a ela.

Sua perda só reafirma o quão o latifúndio, o agronegócio e o Estado opressor praticam a morte. É inadmissível que tenhamos que ficar tanto tempo embaixo da lona, vendo um Estado que legítima os crimes do agronegócio, negando e invisibilizando a Reforma Agrária e a Luta pela Terra. E que companheiras, como Dona Maria, sejam privadas do direito de acesso a terra, ao trabalho, a agroecologia, que de fato se constituem como sujeit@s de direito.

Há algum tempo, traduziu sua luta em letras, e nos presenteou com palavras que expressavam a síntese da luta coletiva, que nosso movimento sempre dedicou:

“Estou aqui na roça, plantando a semente, nem mesmo o sol quente, feito fogo ardente me faz recuar, sou mãe solteira, que vive nesta estrada, e estou acampada e fiz minha morada aqui neste lugar!

Criou os meus filhinhos aqui, mesmo no campo, porque na cidade não dar pra criar.
Lá a violência é muito e o emprego é pouco. E somente um louco, pode acreditar!
Que na circunstância essa realidade, mais cedo ou mais tarde possa melhorar.

De sol a sol eu pego na enxada, não tem feriado e nem fim, de semana.

E por ser mulher, eu mostro a minha raça, muitos não põe fé, aí é onde se engana”.

Pelos nossos mortos, nem um minuto de silêncio, toda uma vida de luta!

Dona Maria!
Presente!
Presente!
Presente!

Lutar! Construir Reforma Agrária Popular!

Planaltina, Distrito Federal.
19 de setembro de 2022

Movimento dos Trabalhadores Sem Terra do Distrito Federal e Entorno.

 

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