Lugar de terrorista é na cadeia. A luz vermelha foi acesa. Para bom entendedor uma bomba de fabricação caseira basta. O ataque ao Instituto Lula, na última quinta-feira (30/07), obviamente de caráter político, não pode ficar impune.
A impunidade neste caso acenderá o rastro de pólvora que vem sendo fermentado em corações e mentes neste país contra o PT, contra Dilma, contra os movimentos sociais de esquerda e contra posições progressistas e de defesa dos princípios democráticos definidos pela nossa Constituição.
Basta ! Este é o terceiro ataque violento sofrido em instalações usadas pelo PT do ano passado pra cá. Em 15 de março a sede do partido em Jundiaí foi vítima de incêndio criminoso; em 27 de março uma bomba foi lançada contra o Diretório do partido, na rua São Domingos, na Bela Vista; e agora uma bomba no Instituto Lula, onde é público e notório, trabalha diáriamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Tenho dito e repetido que a pregação de ódio contra o PT destilada diariamente pela grande mídia, pelos tucanos e pelos defensores da volta da ditadura militar deveria ser aplacada pela força da lei, sob pena do país ser incendiado. Este comportamento é nitroglicerina pura para raivosos de plantão.
Estamos certos de que a PF e a Policia Militar e Civil de São Paulo, assim como detectaram os arruaceiros que quebraram prédios públicos e instituições privadas nas manifestações de rua ocorridas em anos anteriores, colocarão na cadeia os responsáveis por estes crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Não aceitamos que fanáticos, fundamentalistas, bandidos facistoides ajam na calada da noite para tentar intimidar por meio de atos terroristas nem ao PT nem ao ex-presidente Lula, homem mundialmente respeitado por sua trajetória de vida, como trabalhador, político e líder de massas no Brasil.
O Brasil, assim como a Argentina, o Chile, o Uruguai, a Bolívia e outros países na América Latina conquistaram a democracia a custa do sangue, suor e lágrimas de seus cidadãos e estamos preparados para continuar lutando pela sua manutenção e pelo seu aprimoramento.
Os que hoje pregam a volta da ditadura, os que hoje desrespeitam a figura feminina de Dilma Rousseff, aqueles que repetem um discurso do ódio pelo ódio e não discutem ideias, deveriam rever cenas de tanques nas ruas, soldados a cavalo invadindo universidades, sangue escorrendo nas calçadas, metralhadoras apontadas para multidões. Esse foi o Brasil de ontem. Não permitiremos que ele volte.
Na tristeza que mais esse ato de terrorismo despertou em todos nós petistas, me lembro de Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré, que tantas vezes, percorrendo ruas e lotando praças deste país, unidos na luta pelas liberdades democráticas cantávamos:
“Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais braços dados ou não, caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não, nas escolas, nas ruas, campos, construções…
Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer…
Pelos campos há fome, em grandes plantações, pelas ruas marchando indecisos cordões, ainda fazem da flor seu mais forte refrão, e acreditam nas flores vencendo o canhão…
Há soldados armados, amados ou não, quase todos perdidos, de armas na mão, nos quartéis lhes ensinam, uma antiga lição, de morrer pela pátria, e viver sem razão…
Os amores na mente, as flores no chão, a certeza na frente, a história na mão, caminhando e cantando, e seguindo a canção, aprendendo e ensinando uma nova lição…
Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer “.
A hora é essa: prisão para terroristas. Não vamos esperar que eles incendeiem o Brasil.
Chico Vigilante é deputado distrital pelo PT-DF