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Lei garante a concorrência

Fonte: Brasília Capital

Dubai, da Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público no final do ano passado. A “organização” dos comerciantes combinava os preços há mais de 20 anos no Distrito Federal. Na ocasião, seus principais líderes foram presos.

 

Em 2003, o deputado Chico Vigilante (PT) presidiu a CPI dos Combustíveis na Câmara Legislativa (CLDF). Ele afirma que o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito comprovou “a atuação ilícita do cartel” e que os preços na capital do País eram os mais altos entre todos os estados.

 

Nos postos de gasolina, são muitas as pessoas que se lembram deste tempo tanto consumidores quanto gerentes e funcionários. O gerente de pista do Posto da Torre, Rogério Pereira Frony, enxerga nos valores diferenciados uma “guerra de preços”. Vendendo o litro do combustível a R$ 3,559, ele fala com orgulho de ser o estabelecimento que mais comercializa combustível no DF: 100 mil litros por dia.

 

Na 109 Norte, o gerente do posto que vende o litro da gasolina a R$ 3,23, Arlon Silva, conta que a fila de 20 a 25 carros é comum nas bombas. O preço é o mesmo há mais de 40 dias e deverá ser mantido até o final deste mês. Ele acredita que isso não é resultado da intervenção do Cade na Gascol e que se trata apenas da concorrência. Na fila, um taxista contabilizava seus ganhos e lembra-se de que já pagou R$ 3,93 por litro de gasolina, no último mês de maio.

 

Um gerente que não quis ser identificado, porém, atribuiu os preços diferenciados à intervenção do Cade na rede Gascol. De acordo com ele, não haveria como “ir contra uma rede que tem tantos postos”, podendo, então, ditar os valores para os concorrentes. O mesmo taxista ouvido pela reportagem disse que já viu o litro sendo vendido a R$ 3,65 na Estrutural nesta semana.

 

Num posto da Asa Sul, da rede Cascol, e vazio por causa do preço do litro de gasolina a R$ 3,44, um funcionário lembrou  dos valores iguais em todas as bombas do DF. “Alguém tinha um dedo muito forte no meio”, disse. “Da Asa Sul até a Asa Norte, o preço era o mesmo. Não tinha competição”, acrescentou. O mesmo funcionário contou que em Santa Maria paga-se R$ 3,59 pelo litro. Ele não sabe explicar por que na mesma rede cobra-se valores diferenciados.

 

“Já vi até R$ 3,67, indo para o Paranoá”, afirmou a arquiteta Caroline Brito. Ela estava na Asa Norte, “aproveitando” valor menor depois de fazer uma pesquisa. No mesmo estabelecimento estava o estudante de medicina Rafael Vilela, contando que perto do hospital onde trabalha em Sobradinho, o litro custa R$ 3,69. Tanto ele quanto Caroline estavam pagando R$ 3,259 na Asa Norte.

 

Nem todos correm para onde há números menores. Também na Asa Norte, enquanto pagava R$ 3,669 o litro de gasolina, o servidor público Hugo Melo justificava: “no final fica por R$ 3,29 porque tenho desconto do programa Cliente Amigo”. Ele não sabe se vale a pena ir atrás da gasolina mais barata. Mesmo argumento utilizado pela servidora pública Salviana Pinho, no mesmo posto.

Fonte: Brasília Capital