Durante o Almoço-Debate, evento promovido pela Lide Brasília, com lideranças de diversos setores da economia brasileira, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Carlos Fávaro, convidado de honra, concedeu uma verdadeira aula sobre as medidas adotadas pelo governo brasileiro para conter a especulação do preço do arroz e garantir a rentabilidade para os produtores dessa cultura no País, principalmente na região sul.
Neste artigo, tomei a liberdade de destacar os principais pontos abordados pelo ministro da agricultura, os quais acredito serem essenciais para entendimento da situação pela população, principalmente no que diz respeito ao combate à desinformação gerada por fakes news produzidas pela extrema direita.
O primeiro ponto diz respeito ao novo Plano Safra, a ser anunciado em junho, e a produção de arroz. O Governo irá adotar a estratégia dos contratos de opção para estimular o plantio da cultura nas mais diversas regiões brasileiras.
Para isso, irá resgatar um programa da Conab que já existiu e estava abandonado. A ideia é agir sob o custo de produção, que é o preço mínimo de garantia constituído por lei, e oferecer ao mercado um valor de 15 a 20% acima; garantindo, assim, uma rentabilidade ao produtor. Ou seja, uma garantia de renda e uma forma de estimular a produção no País.
Na prática funcionaria da seguinte forma: caso na hora da colheita, o preço de mercado estiver acima do ofertado pelo governo, exerce-se a opção do mercado; se estiver abaixo, exerce-se a opção do governo, que fará estoque para necessidades ou venda futura.
Essa será a política constante para cinco produtos básicos da alimentação brasileira: arroz feijão, milho, trigo e mandioca.
Outro ponto a se destacar na fala do ministro, ainda em relação ao Plano Safra, é o fato de se elevar a ciência como estratégica. Posição distinta dos governos negacionistas. Essa decisão se deu antes da tragédia no Sul, por determinação do Lula e dos estudos de vulnerabilidade da cultura do arroz em função das forças climáticas. A ciência, atualmente, permite a tropicalização da produção do arroz, do trigo e de outras culuras.
Outro destaque para entendimento da política do arroz no País, de acordo com Fávaro, diz respeito à lógica da importação do produto no mercado brasileiro.
O Brasil é praticamente auto suficiente na produção de arroz. São cerca de 10.2 a 10.5 milhões de toneladas produzidas, enquanto consumimos algo em torno de 10.5 a 11 milhões de toneladas. Ou seja, exportamos cerca de um milhão e importamos aproximadamente 1.5 milhão de toneladas.
Então, porque exporta se tem que comprar? Por questão de mercado. O arroz mais quebrado, de não tão boa qualidade, é exportado ou vai para ração. E importa o arroz de boa qualidade. O brasileiro tem em seu hábito alimentar a frequência do arroz do tipo fino.
Neste mesmo contexto, o ministro explicou a importação do arroz sob contexto da tragédia no Sul. Dessas 10.5 toneladas de arroz produzidas no Brasil, 70% é no Rio Grande do Sul, 15% em Santa Catarina e outros 15% no restante do País.
Mesmo com a tragédia, a colheita já estava 80% colhida. Existiram perdas em armazéns de 100 a 200 mil toneladas, o que não será difícil de suprir.
A grande questão está na especulação. Por exemplo, após lançar um contrato de compra inicial de cem mil toneladas, direcionado ao Mercosul, que tem arroz disponível para vender para o Brasil; apenas 70mil toneladas foram compradas em quatro dias. Especulação pura. Daí a necessidade da presença do Estado.
Neste sentido, realizou-se a medida provisória destinando sete bilhões de reais para preservar o equilíbrio e combater a especulação. Uma forma de tranquilizar o mercado e fazer o arroz chegar ao preço normal, além de garantir renda aos produtores.
Ou seja, não há afronta aos produtores gaúchos. Aliás, em relação à concentração da produção no Rio Grande do Sul, o Ministro esclareceu que o Governo vai continuar incentivando a indústria arrozeira instalada no estado. As características de solo, clima e produção são muito favoráveis.
Por último, Fávaro destacou a fake news como grande empecilho para a recuperação do arroz e assimilação das medidas que estão sendo adotadas pelo governo federal. Nas palavras do ministro: “a maldade não tem cabimento. O inferno vai ser pequeno para os especuladores. Não vai caber todo mundo que tem coragem de fazer maldade em um momento como esse de tragédia.”
O que o Ministro quis dizer é que o preço do arroz subiu e não é por culpa dos produtores, que já colheram. O arroz subiu de 30 a 40% nos últimos 30 dias diante da dificuldade de logística e, principalmente, diante das fake news das pessoas que tem coragem de pregar o caos e dizer que o valor de um pacote de arroz de 5kg será de 70 reais.
Com essas falácias, a dona de casa que não entende de mercado, não sabe dos estoques, corre para comprar e cria-se um ambiente de alarmismo, propício para atuação da extrema direita venenosa.
As políticas adotadas pelo governo são suficientes para garantir o preço normal do arroz nas prateleiras e assegurar a renda do produtor. Basta analisar e entender as medidas.
O combate as fakes news começa pelo conhecimento!