Em cada esquina do Distrito Federal, nas primeiras luzes do dia ou sob o sol escaldante da tarde, vejo os garis trabalhando com dedicação, cuidando da cidade que muitos preferem ignorar. Estão nas ruas, calçadas, becos e praças, exercendo um dos trabalhos mais essenciais — e, infelizmente, um dos mais invisibilizados — da nossa sociedade: manter o espaço público limpo, habitável, digno.
O Dia do Gari, celebrado em 16 de maio, é mais do que uma data comemorativa. É um dia de denúncia, de resistência, de luta por reconhecimento. É também um lembrete de que, em pleno século XXI, ainda precisamos de leis para garantir o que deveria ser óbvio: acesso a banheiros e água potável para quem limpa nossas ruas.
Nesse cenário, tenho muito orgulho de ser o autor da Lei nº 6.836/2021, que obriga estabelecimentos públicos e privados do Distrito Federal a abrirem suas portas — e seus banheiros — aos garis e trabalhadores da limpeza urbana. Parece absurdo que uma lei seja necessária para garantir o acesso a um banheiro, mas é assim que a desigualdade de classe se manifesta: nas pequenas violências cotidianas, nos olhares de desprezo, nas portas fechadas.
Não é só sobre banheiros. É sobre respeito, dignidade, cidadania. É sobre romper com a lógica perversa que naturaliza a exclusão de quem sustenta a cidade com suor e força física. É sobre um projeto de sociedade que coloque os trabalhadores na centralidade das políticas públicas — bandeira histórica do Partido dos Trabalhadores.
Neste Dia do Gari não venho aqui apenas para homenagear. Venho reafirmar meu compromisso com a luta por respeito e dignidade. Não se trata apenas de infraestrutura, mas de reconhecimento e justiça social. Gari não é invisível. Gari é trabalhador, é gente que cuida da nossa cidade e merece ser cuidado também.
Desde o início da minha vida pública, estive ao lado da classe trabalhadora. Essa é a essência do meu mandato, que sempre colocou os interesses do povo na frente dos privilégios das elites. Enquanto muitos torcem o nariz para quem está com a vassoura na mão, eu abro portas — e microfones — para que esses trabalhadores tenham vez e voz.
Porque uma cidade limpa começa com respeito. E respeito a gente não varre para debaixo do tapete.
Chico Vigilante
Deputado Distrital – PT/DF