A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) realizada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) que apura os atos antidemocráticos realizados em Brasília ouviu, hoje (1º), o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República no governo Jair Bolsonaro, general Augusto Heleno.
Para o presidente da CPI, deputado distrital Chico Vigilante (PT), apesar de escorregadio, o depoimento do general foi importante para mostrar o poder da CPI, como os militares do governo Bolsonaro veem hoje os civis e, principalmente, como os bolsonaristas avaliam pontos que estão sendo investigados desde o dia das depredações. “Se Bolsonaro tivesse legitimado o resultado das eleições no dia em que foi divulgado e tivesse dito que dali por diante ele e todo o seu grupo iriam partir para a oposição no país, isso não teria influenciado o pessoal que resolveu montar acampamentos e fazer manifestações e atos antidemocráticos para mudar o resultado das urnas”, destacou Vigilante.
O deputado também destacou que todos os depoentes vão ser tratados sempre com cordialidade e reiterou que embora existam pessoas que queiram acabar com a CPI, ele não permitirá baderna durante as sessões. Lembrou ainda, que os trabalhos da comissão estão sendo acompanhados por todo o país – até porque os deputados distritais se movimentaram para dar início à comissão no dia seguinte à realização dos atos, mesmo com a CLDF de recesso. Lembrou, também, que a comissão tem recebido vários documentos solicitados a diversos órgãos e que os que ainda não foram encaminhados são objeto de pedidos que estão sendo reiterados.
No seu depoimento, o militar foi evasivo. Reiterou que continua “fiel” a Bolsonaro, disse que a minuta de golpe encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres é “um papel sem a menor credibilidade”, e frisou que, a seu ver, os acampamentos bolsonaristas eram “locais sadios”, embora tenha negado ter entrado em algum deles.
Veja, abaixo, o vídeo com todo o depoimento do general Augusto Heleno à CPI: