Autoridades, parlamentares, empresários e trabalhadores debateram, nesta quinta-feira (8), na Câmara Legislativa do Distrito Federal, o atraso do pagamento de salários a terceirizados prestadores de serviço do governo local. O plenário foi transformado em Comissão Geral para debater o tema.
“É um drama. Eu estou cansado de, todos os meses, ir para as portas de hospitais e escolas, em greve, para cobrar salários”, afirma o deputado Chico Vigilante (PT), autor da iniciativa do debate.
Reiteradamente, o governo do DF tem atrasado o repasse de recursos para empresas contratadas e, em consequência, os trabalhadores têm recorrido a greves, quase todos os meses, para receberem seus salários. Mais notadamente, merendeiras, vigilantes e trabalhadores de serviços gerais têm sofrido com a demora.
Para o distrital, os trabalhadores terceirizados atravessam uma situação dramática e o governo necessita encontrar mecanismos para sanar os atrasos. “O que queremos é encontrar mecanismos onde façamos com que esse sofrimento seja minimizado,” avaliou.
O secretário de Fazenda, em exercício, Wilson José de Paula, reconhece que os atrasos são recorrentes. No entanto, ele afirma que o GDF obedece a uma questão de fluxo financeiro e orçamentário. “O estado não pode executar as questões financeiras se não houver um orçamento”, defendeu.
O secretário explicou que, mesmo que os recursos estejam em caixa, a relação de interdependência dos órgãos do governo pode acarretar em atraso nos pagamentos. Wilson José de Paula adiantou que trabalha para pagar em dia a gratificação natalina. “Vamos fazer um esforço para pagar o décimo-terceiro até o dia 15 de dezembro para tornar o fim de ano menos dramático para os empregados”, afirmou.
Na visão da secretária-geral do Sindiserviços, Andréia Cristina da Silva, o atraso de salários está em situação de desespero para os terceirizados. “O Distrito Federal está prestes a entrar em uma crise social. Há trabalhadores que estão passando necessidade”, afirmou.
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Vigilância, Irenaldo Pereira Lima, a culpa dos atrasos dos pagamentos não é dos patrões. Ele argumentou que o GDF ainda deve o pagamento de faturas antigas às empresas e, sem receber, ‘a fonte seca’. “Quando deixa de receber, não tem como pagar”, defendeu-se.