Em encontro com a Sra. Márcia Ferreira, mãe de Ítalo, paciente mais velho do DF diagnosticado com AME tipo 1, ficou claro o desespero das mães que enfrentam a dura realidade de um sistema de saúde insuficiente. A recente mudança no modelo de Home Care, fundamental para o cuidado dos filhos, gerou insegurança e desamparo. As empresas estão pagando pouco aos profissionais e, ainda assim, exigem que as famílias, já carentes, forneçam alimentação dos cuidadores.
Em 2024, a transferência do serviço para cooperativas e o corte nos pagamentos comprometeram a qualidade do atendimento. Muitos profissionais, com uma média de R$100 por plantão, sem alimentação ou transporte, têm desistido, deixando as famílias à mercê de um serviço precário. Atualmente, cerca de 200 famílias no DF temem ser forçadas a retornar a hospitais superlotados, onde o atendimento é insuficiente e a dignidade dos pacientes é comprometida.
Esse encontro resultou em uma reunião agendada com a Secretaria de Saúde para segunda-feira, 17 de fevereiro, em busca de respostas urgentes. A luta dessas mães pela garantia de um atendimento digno é inegociável.
O Home Care, oferecido desde 2012, deveria ser uma solução para desafogar os hospitais e garantir cuidados adequados em casa, mas a precarização do serviço tem transformado essa tábua de salvação em um pesadelo. A pressão das cooperativas agrava ainda mais a situação.
Não podemos permitir que as famílias sejam deixadas à mercê de soluções temporárias que comprometem a saúde e a dignidade de seus filhos. A luta pela manutenção do Home Care como alternativa eficaz e humanizada é uma questão de justiça.